“A greve irá rondar mais ou menos os 60-70%, que têm sido os números de anteriores greves por aquilo que o piquete que está no terreno pode ver”, disse à agência Lusa a enfermeira Sónia Lopes.
Os serviços mínimos em vigor e a desmarcação de várias consultas permitiram, segundo a sindicalista, que o ambiente no hospital de Faro fosse de normalidade.
A Lusa também falou com vários utentes, duas horas depois do início da greve, que estavam a ser atendidos e à espera de entrar para os serviços hospitalares.
De acordo com Sónia Lopes, a atividade no bloco operatório central da unidade hospitalar “não está a decorrer normalmente”, estando a ser dado apenas resposta às cirurgias urgentes e às de oncologia.
Por outro lado, a atividade de cirurgia ambulatória “foi desmarcada”, assim como “algumas consultas”.
Os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde iniciaram hoje dois dias de greve pela valorização da grelha salarial e por mecanismos que compensem o risco e penosidade inerentes à profissão, numa paralisação que coincide com outra dos médicos.
A greve, convocada pelo SEP começou às 08:00 de hoje e estende-se até às 24:00 de quarta-feira, ou seja, abrange os turnos da manhã e da tarde no dia de hoje e os da noite, manhã e tarde de quarta-feira, sob a forma de paralisação total ao trabalho programado, e abrange o Continente e a região autónoma dos Açores.
Além da alteração da grelha salarial da carreira de enfermagem, valorizando todos os níveis de todas as posições remuneratórias, a greve serve para defender a transição para a categoria de enfermeiro especialista de todos os enfermeiros que a 31 de maio de 2019 detinham este título.
“Esta greve faz todo o sentido estar a ocorrer hoje e amanhã. Temos que continuar o nosso foco, que é efetivamente reunir, trazer de lá [Ministério da Saúde] uma proposta que seja respeitosa para os enfermeiros”, realçou Sónia Lopes.
Entre outras matérias, o SEP pretende ainda que o reposicionamento remuneratório decorrente da transição de carreira “tenha tradução em acréscimo salarial para todos os enfermeiros” e exige igualmente a compensação decorrente do risco e penosidade inerentes à profissão, nomeadamente através de “condições especiais para aposentação” e da valorização do trabalho por turnos.
“Não é nosso objetivo causar constrangimentos na população e nos utentes. O nosso objetivo efetivamente é fazer pressão junto do Governo para que nos oiça, para que respeitem aquilo que são as nossas reivindicações”, disse Sónia Lopes.
LUSA/HN
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