O preço-base é de 548.880 euros, um valor “avultado” que Carlos Condesso (PSD), presidente do município, diz ser necessário investir porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “está muito, mas muito, fragilizado, e não dá resposta à população do concelho”.
“Lamento que a Câmara Municipal tenha que fazer este investimento tão avultado porque o Cartão de Saúde Municipal devia ser um complemento ao SNS, mas não, estamos a substituir-nos ao SNS”, critica.
De acordo com o autarca, este seguro municipal de saúde contempla consultas em 23 especialidades médicas, 163 exames auxiliares de diagnóstico e 56 tipos diferentes de análises clínicas. “Cada figueirense também terá acesso a cinco consultas dentárias”, acrescenta Carlos Condesso, que recorda que o Centro de Saúde local tem apenas um médico de família “para cerca de 5.500 utentes, e ele já está na idade da reforma”.
Com esta medida, “vamos servir todos os residentes de Figueira de Castelo Rodrigo. É um seguro de saúde muito completo que vamos reforçar com consultas de podologia e uma estreita colaboração com o Centro de Saúde para evitar repetição de exames e contenção de custos”, adianta o presidente do município.
“Não tem qualquer custo para os cidadãos, nem de transporte para a rede de clínicas de quem vier a ganhar o concurso”, realça o edil.
Segundo Carlos Condesso, “em dois anos, até setembro passado, através deste seguro municipal, realizámos 5.776 consultas, 41.990 análises e foram efetuados 2.549 exames, bem como 2.820 atos de medicina dentária”.
Por isso, esta é “uma aposta que vale a pena porque estou certo de que já salvámos muitas vidas por termos este serviço”, acredita o presidente do município.
“Além de termos médicos em permanência, temos exames de diagnóstico feitos com muita rapidez e que permitem detetar, por vezes, doenças graves e que, no SNS, os cidadãos estão à espera mais de dois e três anos”, refere Carlos Condesso, para quem “não há melhor investimento que nos cuidados de saúde. Prefiro fazer este investimento a qualquer tipo de obra porque sei que estou a ajudar os meus concidadãos”, afirma.
O autarca diz ter “uma enorme expectativa” no novo conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, que iniciou funções recentemente, para que resolva a falta de médicos de família em Figueira de Castelo Rodrigo. “Somos o concelho que está em pior situação porque é o que está mais distante do hospital da Guarda”, reforça Carlos Condesso.
“Não haver cuidados de saúde à população é próprio de um país de terceiro mundo. Todos, do interior e do litoral, tínhamos de ter direito a estes cuidados de saúde por parte do SNS”, considera o autarca, que revela que o município está a ultimar a reabilitação do antigo hospital da Misericórdia, que foi arrendado à edilidade, para instalar os serviços do Cartão Municipal de Saúde, cujo slogan é ‘Cuidar dos Nossos. Cuidar de Todos’, e dar “mais dignidade” ao atendimento.
Além do Cartão Municipal de Saúde, a autarquia tem protocolado com a Fundação Álvaro Carvalho a realização de operações gratuitas às cataratas. “Em menos de três anos já realizamos mais de 150 cirurgias gratuitas e com isso melhorámos a qualidade de vida destas pessoas”, declara Carlos Condesso.
LUSA/HN
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