Mpox: RDCongo recebe as primeiras vacinas japonesas contra a doença

18 de Dezembro 2024

A República Democrática do Congo (RDCongo), epicentro da epidemia de mpox em África, recebeu as primeiras doses da vacina japonesa LC16m8 para inocular as crianças contra a doença infecciosa, anunciou hoje o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) congolês.

“Os primeiros frascos da vacina LC16m8 contra a varíola do macaco para crianças a partir de um ano de idade já se encontram em Kinshasa. Esta é a materialização das discussões sobre o manuseamento e a utilização desta vacina proveniente do Japão”, afirmou o INSP na sua página do Facebook.

“É necessário agir para a proteção das crianças contra a varíola e a estratégia será clara”, disse o instituto, especificando que o país ainda aguarda “a aquisição de um grande lote da vacina” como parte da “resposta a este problema de saúde pública”.

A LC16m8 é a segunda vacina contra a doença licenciada pelo Governo congolês e destina-se à prevenção da varíola em crianças, mas também em adultos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a utilização de emergência da vacina japonesa a 19 de novembro, da qual o Governo japonês anunciou uma doação de três milhões de doses à União Africana (UA).

O diretor-geral da agência de saúde da UA, os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), Jean Kaseya, anunciou na quinta-feira que a RDCongo deveria começar a receber três milhões de doses da vacina japonesa esta semana.

A vacinação contra a infeção já está a ser feita no país, mas não há vacina disponível para as crianças, que são particularmente vulneráveis à varíola.

África registou 65.711 casos (14.241 confirmados) e 1.237 mortes por mpox desde o início de 2024 em 20 países do continente, segundo a agência da UA.

O epicentro dos surtos continua a ser a RDCongo, com 50.477 casos (10.533 confirmados) e 1.222 mortes até à data.

O CDC africano declarou a mpox uma emergência de saúde pública continental a 13 de agosto e, no dia seguinte, a OMS anunciou o estado de alerta sanitário internacional para a doença.

O alarme da OMS deve-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África do clado Ib, do qual foram identificados vários casos fora do continente em pessoas que viajaram para zonas de África onde o vírus circula intensamente.

Esta variante difere da clade II, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.

A varíola é uma doença infecciosa que pode causar erupções cutâneas dolorosas, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.

LUSA/HN

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