Milão proíbe fumar ao ar livre a partir de 1 de janeiro de 2025

2 de Janeiro 2025

A cidade de Milão proibiu, a partir de hoje, o fumo em espaços públicos ao ar livre, permitindo apenas que se fume em lugares isolados onde seja possível manter uma distância de dez metros da pessoa mais próxima.

De acordo com o “decreto sobre a qualidade do ar” adotado por Milão em 2020, “a partir de 01 de janeiro de 2025, a proibição de fumar será alargada a todos os espaços públicos, incluindo as ruas”, escreve a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), salientando que a lei permite exceções.

Assim, será possível fumar em “lugares isolados onde é possível manter uma distância de pelo menos dez metros das outras pessoas”, e os cigarros eletrónicos não são afetados por esta medida, que prevê multas entre os 40 e os 240 euros.

O vice-presidente da Federação Italiana de Tabacarias, Emanuele Marinoni, ele próprio proprietário de uma tabacaria em Milão, espera uma quebra de vendas de 20 a 30%: “Atualmente, quando as pessoas estão no escritório, saem para fumar, por isso é óbvio que vai haver uma queda no consumo de cigarros”, disse à AFP.

A cidade de Milão, rodeada por um tecido industrial denso e que regista regularmente níveis de poluição de partículas finas e de óxidos de azoto superiores às normas, está particularmente consciente da necessidade de lutar contra a poluição atmosférica, sobretudo tendo em vista os Jogos Olímpicos de inverno de 2026, que acolhe em parceria com a estância de Cortina.

A Itália iniciou a campanha antitabaco em 1975 com uma proibição limitada aos transportes públicos; depois, em 1995, foi alargada às administrações públicas e, em 2005, a todos os locais públicos fechados.

Quase um italiano em cada cinco fuma, segundo dados de 2023 do Instituto Nacional de Estatística, e 93.000 mortes por ano são atribuídas ao tabagismo, de acordo com o Ministério da Saúde.

A título de comparação, quase três franceses em cada dez fumam, contra 8% na Suécia e 37% na Bulgária, respetivamente o melhor e o pior desempenho da União Europeia, onde a percentagem média de fumadores é de 24%.

LUSA/HN

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