BE alerta que seria “errado e contraproducente” excluir jovens do acesso a médico de família

12 de Janeiro 2025

O BE alertou hoje que seria “errado e contraproducente” excluir jovens saudáveis do acesso a médico de família, considerando que este grupo etário é dos que mais beneficia da função de prevenção da doença dos cuidados primários.

Em declarações à Lusa, a deputada do BE Isabel Pires manifestou “alguma estranheza” perante as declarações do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, hoje divulgada, Xavier Barreto defende que, perante o cenário atual de escassez de médicos de família, “faz sentido escolher” quem tem acesso e quem não tem ao médico de família, excluindo, por exemplo, os jovens sem comorbilidades, sem doenças e sem fatores de risco para dar prioridade a pessoas mais velhas, com mais doenças.

“Quando nós falamos de acesso aos cuidados primários, estamos a falar, em grande parte, de promoção de saúde e de prevenção da doença. E, desse ponto de vista, parece-nos que retirar ou tirar acesso a pessoas mais jovens é bastante contraproducente com este objetivo de promoção da saúde e de prevenção da doença, porque são uma das faixas que mais podem beneficiar ao longo da sua vida com este acompanhamento desde muito cedo”, contrapôs a deputada do BE.

Isabel Pires reconhece que existe um problema de falta de médicos de família, mas contrapõe que a solução não pode passar por “retirar acesso a determinadas franjas da sociedade”.

“Retirar jovens que, eventualmente, possam ser saudáveis dessas listas, parece-nos errado, porque há um papel de promoção da saúde e de prevenção da doença que, em particular nessa faixa etária, é muito relevante esse acompanhamento”, disse.

Na entrevista ao programa Conversa Capital, Xavier Barreto defende que essa deveria ter sido uma “medida de prioritária de implementação” e que é necessário questionar o Governo “porque é que não avançou”.

Pelo contrário, o BE defendeu um caminho oposto para resolver o problema da escassez de médico de família, acusando o executivo de não estar a resolver a questão essencial.

“Precisamos de mais médicos, precisamos que os médicos sintam valorizada a sua carreira, precisamos que sejam bem tratados no Serviço Nacional de Saúde e que tenham incentivos para aí ficar, nomeadamente os médicos de família. É um alerta porque nos parece um pouco perigoso, um pouco contraproducente entrarmos neste tipo de propostas e devemos ir pelo caminho exatamente contrário”, considerou.

lusa/HN

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