Técnicos auxiliares de saúde alertam que continuam a desempenhar funções de assistentes operacionais

7 de Fevereiro 2025

A Associação Portuguesa dos Técnicos Auxiliares de Saúde (APTAS) solicitou hoje ao Governo que alerte as Unidades Locais de Saúde (ULS) para a diferenciação da carreira, alegando que esses profissionais continuam a desempenhar funções de assistentes operacionais.

“Enquanto não se valorizar esta carreira de uma forma correta e eficaz, vamos ter sempre os mesmos problemas, porque as administrações [das ULS] só olham para nós como números e rácios”, adiantou à Lusa o presidente da associação, após se ter reunido com o Ministério da Saúde.

A nova carreira de técnico auxiliar de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) entrou em vigor em janeiro de 2024 e abrange cerca de 24 mil trabalhadores, mas tem sido contestada pela APTAS, que tem pedido a sua revisão para colmatar o que considera ser falhas na sua aplicação.

Segundo Adão Rocha, em causa está a “vontade própria” de cada uma das 39 ULS do país – entidades que gerem os hospitais e centros de saúde de uma determinada área – na decisão de quem integra a nova carreira de técnico auxiliar de saúde.

“Continuamos a assistir a profissionais que não estão enquadrados na profissão a passarem para técnicos auxiliares de saúde”, salientou o presidente da APTAS, ao apontar o exemplo de motoristas e barbeiros que integraram a nova carreira.

Além disso, administrações hospitalares estão a “exigir que os técnicos auxiliares de saúde continuem a fazer exatamente aquilo que faziam como assistentes operacionais”, incluindo as limpezas gerais, colocando mesmo em risco a saúde dos doentes, alegou Adão Rocha.

“Pomos em risco a saúde do doente, porque quando estamos a assistir um doente ao mesmo tempo que somos desviados para estas funções, o controlo de infeção cai drasticamente”, alertou o presidente da associação.

Perante isso, a APTAS pediu ao Ministério da Saúde que haja uma uniformização nas ULS sobre os critérios da passagem para técnico auxiliar de saúde.

“A questão tem a ver com a diferenciação que existe entre ser técnico auxiliar de saúde e ser assistente operacional. Tivemos uma carreira, ganhamos mais 49 euros, mas continuamos a fazer as mesmas funções do que os assistentes operacionais”, lamentou Adão Rocha.

LUSA/HN

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