FNAM defende gestão pública dos hospitais

16 de Fevereiro 2025

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) opõe-se à entrega da gestão de hospitais do SNS ao setor privado, alertando para riscos na qualidade dos serviços e condições laborais dos profissionais de saúde.

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) manifestou-se hoje contra a possível transferência da gestão de hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o setor privado ou social. A organização argumenta que esta mudança pode comprometer a qualidade dos serviços prestados à população e as condições laborais dos profissionais de saúde.

Preocupações da Fnam
A presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá (naa imagem), expressou preocupação com a potencial degradação dos serviços e a precarização dos profissionais de saúde caso ocorra esta transição. Ela citou exemplos de hospitais onde já houve mudanças na gestão, como em Fafe e Serpa, onde se verificaram problemas laborais e de funcionamento.

A federação também criticou as recentes declarações da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sobre a possibilidade de reintroduzir o modelo de Parcerias Público-Privadas (PPP) em algumas unidades de saúde. A Fnam argumenta que este modelo é ineficiente e desequilibrado, baseando-se num relatório do Tribunal de Contas Europeu.

Casos específicos
A Fnam destacou a situação do Hospital de Santo Tirso, onde um investimento significativo foi feito para melhorar as instalações, mas agora há planos para entregar a gestão à misericórdia local. Situação semelhante está prevista para o Hospital São João da Madeira, onde os utentes temem a perda de alguns serviços devido a possíveis cortes orçamentais.

Críticas à gestão atual
A federação também criticou as recentes demissões de conselhos de administração de hospitais e as subsequentes nomeações feitas pelo Governo. Joana Bordalo e Sá argumentou que estas nomeações são frequentemente políticas, sem considerar a experiência técnica ou profissional na área da saúde.

A Fnam acusa ainda o Governo de não dotar as instituições com orçamentos adequados e de não contratar profissionais suficientes. A federação alega que os resultados em saúde apresentados pela ministra omitem cuidados de saúde complexos e dispendiosos, como os prestados a doentes oncológicos e pessoas que vivem com VIH.

A Federação Nacional dos Médicos promete manter-se vigilante e agir para salvaguardar os interesses dos utentes, médicos e do SNS.

NR/HN/Lusa

 

2 Comments

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