Madeira precisa de plano de recuperação das aprendizagens afetadas pela pandemia, defende PS

8 de Abril 2021

O presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, manifestou-se esta quinta-feira satisfeito com o regresso presencial dos alunos do ensino secundário às escolas, mas lembrou ao Governo Regional ser necessário um plano de recuperação das aprendizagens afetadas por dois anos de pandemia.

O deputado Paulo Cafôfo fez este alerta na Assembleia Legislativa da Madeira, no debate mensal temático com o Governo Regional, subordinado ao tema “Educação”.

“Vejo o regresso dos alunos do secundário numa normalização da atividade no espaço escola mas, infelizmente, temos parte da comunidade escolar docente e não docente por vacinar e diversas escolas onde os alunos não foram testados e a minha preocupação é que se esteja a criar uma falsa sensação de segurança que pode gerar dúvidas no início do terceiro período”.

O socialista salientou que a área da Educação “foi uma das mais afetadas pela pandemia”, nomeadamente no que diz respeito às aprendizagens e, por isso, defendeu mais esforço por parte do Governo Regional.

O líder dos socialistas madeirenses propôs ao Governo Regional medidas como o reforço da autonomia das escolas e flexibilidade curricular, um plano de recuperação dos alunos num contexto de pandemia e a criação de mais recursos humanos e equipamentos para que as aprendizagens sejam recuperadas.

Dotar as escolas de maior crédito com horários para desenvolverem projetos, apoio e formação aos professores e programas de atividades lúdicas, culturais e desportivas foram outras medidas apontadas.

A deputada do PSD Sónia Silva realçou, por seu lado, as medidas que o Governo Regional tem vindo a tomar para “o retorno à escola com maior segurança para alunos, professores e funcionários”, designadamente através da implementação dos processos de vacinação e de testagem.

“Mas é preciso que todos os envolvidos mantenham o seu comportamento de acordo com as recomendações emanadas pelas autoridades de Saúde, é determinante uma atitude responsável de todos para que o ensino presencial seja uma realidade até ao final do ano letivo”, observou.

O presidente do Grupo Parlamentar do CDS – partido que faz coligação com o PSD no Governo Regional – elogiou a “atitude preventiva” do executivo regional em relação à educação.

“Na Madeira, são dados factuais e não seria sério não reconhecer, 6.989 alunos do secundário praticamente estão testados, 8.716 alunos do 3º ciclo estão ou vão ser na próxima semana testados e 6.200 professores estão praticamente vacinados”, disse Lopes da Fonseca.

O deputado do JPP Paulo Alves sublinhou que muitos estudantes, professores e pessoal auxiliar estão por vacinar e testar, pelo que questionou o Governo Regional se não teria sido melhor adiar por mais dois ou três dias o regresso presencial dos alunos à escola.

“Existem milhares de alunos que ficaram por testar, não deveriam ser testados antes de iniciar o regresso?”, perguntou.

Ricardo Lume, deputado único do PCP, criticou a falta de pessoal auxiliar nas escolas, apesar das promessas do Governo, o facto de, nos estabelecimentos de ensino profissional, as aulas terminarem quinze minutos antes do recolher obrigatório e o não cumprimento das regras das autoridades de saúde quanto ao número de passageiros nos transportes públicos.

Todos os partidos, contudo, relevaram o papel que a comunidade escolar – professores, pessoal não docente, alunos e encarregados de educação – tem vindo a desenvolver nestes “atípicos” anos escolares.

De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde da Madeira, a região contabiliza 8.511 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia.

Desses casos, há a registar 8.098 doentes dados como curados e 71 óbitos, contando atualmente com 342 casos ativos.

LUSA/HN

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