Médio Oriente: ONG avisam que unidades de saúde de Gaza voltaram a estar em crise

18 de Março 2025

Organizações internacionais de saúde avisaram hoje que há muitas unidades de saúde na Faixa de Gaza que estão sobrecarregadas após o recomeço dos bombardeamentos israelitas, esta madrugada, e que há falta de medicamentos no território.

Há “muitas unidades de saúde” na Faixa de Gaza que estão “literalmente sobrecarregadas”, avisou um porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, numa declaração feita hoje em Genebra, na Suíça.

Por sua vez, um porta-voz da Organização Mundial de Saúde destacou a falta de medicamentos no território palestiniano.

“Devido a esta escassez de medicamentos, existe o risco de os profissionais de saúde não conseguirem fornecer tratamento a várias condições médicas”, afirmou.

Israel retomou, hoje de madrugada, os bombardeamentos na Faixa de Gaza após quase dois meses de cessar-fogo, matando pelo menos 413 pessoas e deixando mais de 440 feridos, que estão a encher os hospitais.

“Se os números continuarem a crescer, teremos um problema”, disse, diretor de enfermagem do Hospital Europeu de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, Saleh al-Hams, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

O médico descreveu como o hospital enfrenta uma situação “muito difícil” desde o início de março, quando Israel bloqueou o acesso de ajuda humanitária a Gaza para pressionar o grupo islamita Hamas a aceitar a sua exigência de prolongar a primeira fase do cessar-fogo em vez de avançar para a segunda (que deveria começar no dia 02), como estipulado no acordo original.

Ao início da manhã, 40 corpos chegaram ao Hospital Europeu como resultado do bombardeamento, adiantou o diretor da unidade do Ministério da Saúde de Gaza responsável pela contagem de mortes na guerra, Zaher al-Waheidi.

Os outros dois grandes hospitais da região, o Kamal Adwan e o Indonésio, tinham começado, na semana passada, a voltar à atividade após a guerra.

O Kamal Adwan estava a funcionar apenas como hospital de campanha depois de o exército israelita ter destruído as suas instalações, enquanto o Indonésio tinha aberto as suas urgências e algumas instalações para realizar cirurgias.

A 09 de março, apenas 16% dos centros de atendimento de saúde no norte de Gaza estavam total ou parcialmente operacionais: três dos cinco hospitais, seis dos 50 pontos médicos e quatro dos 26 centros de saúde, de acordo com dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Morreu José Luís Pio Abreu, figura maior da Psiquiatria em Portugal

A HealthNews lamenta profundamente o falecimento do Professor Doutor José Luís Pio Abreu, uma das mais marcantes figuras da Psiquiatria portuguesa. Médico, professor, pensador e autor, Pio Abreu deixa um legado notável de conhecimento, reflexão e humanidade. Tinha 81 anos.

Obra de 2,8 ME no Centro de Saúde de Valença concluída em 2026

A reabilitação e ampliação do Centro de Saúde de Valença por mais de 2,8 milhões de euros arrancou na terça-feira e deve ficar concluída daqui a um ano, revelou hoje a autarquia. O investimento é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o prazo de execução é de 365 dias, disse, em comunicado, aquela autarquia do distrito de Viana do Castelo.

Médio Oriente: Hamas pede para população se afastar de “armadilhas mortais”

O grupo islamita palestiniano Hamas pediu hoje à população da Faixa de Gaza para se afastar de pontos de entrega de ajuda humanitárias que considera “armadilhas mortais”. Segundo o Hamas, os pontos de distribuição de alimentos e de ajuda humanitária de emergência têm sido alvo de disparos que já provocaram a morte a mais de 300 pessoas nas últimas três semanas.  

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights