Oito doentes com lepra diagnosticados em 2023 e 2024

24 de Março 2025

 Oito pessoas foram diagnosticadas com lepra em Portugal em 2023 e 2024, após confirmação laboratorial pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), indica um relatório hoje divulgado.

Os dados constam do relatório do INSA sobre a vigilância laboratorial da tuberculose do INSA, elaborado pelo departamento de doenças infecciosas, que adianta que os testes laboratoriais permitiram diagnosticar quatro doentes em 2023 e quatro em 2024.

“Todos estes doentes tinham contexto epidemiológico compatível, nomeadamente, histórico de viagem, proveniência de regiões endémicas do Brasil e da Ásia ou coabitantes de doentes previamente diagnosticados com lepra”, adianta o documento.

Segundo o INSA, os avanços recentes permitiram o desenvolvimento de um método de diagnóstico molecular para a deteção precoce de casos, essencial para o controlo da propagação da lepra e para a melhoria dos resultados clínicos.

Desde 2023, que o Laboratório Nacional de Referência de Micobactérias do INSA tem disponível este método de diagnóstico, com o número de pedidos de confirmação laboratorial de casos de doença a aumentar desde então.

“O número de pedidos tem vindo a aumentar, sendo que o diagnóstico molecular por PCR permitiu a confirmação laboratorial da doença de oito doentes”, avança ainda o relatório.

A lepra, causada pela M. leprae, é uma doença crónica que, apesar dos avanços no seu controlo, tem registado um aumento no número de casos a nível mundial, particularmente em regiões com infraestruturas de saúde vulneráveis.

O INSA salienta ainda que, de acordo com as diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS), não é recomendada a profilaxia sistemática nem o isolamento do doente, mas sim o diagnóstico precoce e o tratamento adequado com poliquimioterapia, de forma a prevenir complicações e a transmissão da doença.

Tradicionalmente, o diagnóstico da lepra era realizado por baciloscopia, um método com sensibilidade limitada, que frequentemente apenas permitia detetar os casos em estádios mais avançados da doença, quando já seria potencialmente infecciosa.

A doença, que afeta a pele, os nervos periféricos, a mucosa do trato respiratório superior e os olhos, é curável e o tratamento nos estágios iniciais pode prevenir a incapacidade.

De acordo com a OMS, a lepra ainda ocorre em mais de 120 países, com cerca de 200.000 novos casos relatados a cada ano, mas com uma redução gradual ao longo dos anos.

lusa/HN

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