Em declarações à agência Lusa, Amália Alface, da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Sintra, contou que o objetivo da ação é denunciar a situação vivida na unidade hospitalar e noutras do concelho do distrito de Lisboa.
“Estão aqui pessoas desde as 02:00, das 03:00. Grávidas, pessoas de muletas. É uma situação desesperante e inaceitável. O Centro de Saúde de Algueirão-Mem Martins é novo, mas a sua construção não veio resolver o problema principal: a falta de médicos”, destacou.
De acordo com Amália Alface, perto de 30 mil utentes inscritos não têm médico de família.
“A dificuldade para obter uma consulta é enorme, por isso decidimos vir até ao Centro para contactar com os utentes que esperam por consulta e ouvir. O Hospital Amadora-Sintra também não é solução, criado para servir 350 mil utentes, serve hoje mais de 550 mil”, disse
Além da exigência de mais médicos de família, a comissão pretende ainda alertar para as horas de espera inaceitáveis nos hospitais e para a ameaça de privatização dos serviços.
“Esta falta de médicos de família condiciona o acesso das populações aos cuidados de saúde primários e causa o congestionamento das urgências hospitalares”, disse.
Amália Alface destacou que a Comissão realizou várias ações à porta de alguns centros de saúde do concelho, que culminará numa marcha pela defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), marcada para sábado em Algueirão-Mem Martins.
No âmbito da marcha, os utentes vão exigir mais meios humanos, técnicos e financeiros, o reforço a rede de cuidados de saúde primários, o alargamento da rede de cuidados continuados e o reforço permanente das equipas de saúde com todos os profissionais, garantindo-lhes condições de trabalho e descanso adequadas às tarefas que desempenham.
Exigem igualmente “médico e enfermeiro de família para todos os utentes que ponha fim à vergonha das longas filas de espera para marcar uma consulta e um novo hospital público no concelho de Sintra, com 320 camas, que permita às populações dos concelhos de Amadora e Sintra um efetivo acesso aos cuidados de saúde a que têm direito”.
Vão também “recusar do regresso da Parceria Público Privada ao Hospital Amadora Sintra” por entenderem ser “um “verdadeiro sorvedouro do dinheiro público”.
lusa/HN
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