Breve quadro para a análise de propostas eleitorais (2025) no domínio da saúde

04/23/2025
I. O investimento na Saúde Pública deve também dar votos! Bem-estar e Saúde Pública: 1. Metas de bem-estar em diálogo como metas económico-financeiras – harmonização em vez de hierarquização de […]

I. O investimento na Saúde Pública deve também dar votos!

Bem-estar e Saúde Pública: 1. Metas de bem-estar em diálogo como metas económico-financeiras – harmonização em vez de hierarquização de políticas públicas; 2. Enquadrando um Plano Nacional de saúde, com um número bem selecionado de metas de saúde; 3. Suportando Estratégias Locais de Saúde, dos Centros de Saúde, em articulação com os poderes locais.

II. Um governo que não entregue o futuro do SNS ao Ministério das Finanças.

Serviço Nacional de Saúde: 1. Plano de desenvolvimento plurianual do SNS (“Quadro Global de Referência): Metas, plurianuais, fundamentadas sobre: estabilidade e previsibilidade financeira; políticas para as profissões (Contratação flexível, boas condições de trabalho, carreiras com futuro, remunerações justas, formação continuada); autonomia de gestão; investimento em infraestruturas e em inovação tecnológica. 2. Organização e gestão do SNS – Unidades Locais de Saúde (ULS): Aprofundar as vantagens em trazer as decisões de gestão para mais próximo das pessoas; corrigir, melhorando substancialmente a inserção e organização dos cuidados de saúde primários nas ULS. 3. Dirigentes do SNS: Explicitar o estatuto, as competências e os compromissos dos dirigentes do SNS, de forma a assegurar escolhas acertadas, lideranças inspiradoras e desempenhos de qualidade na gestão de um bem público de importância crítica para as pessoas.

III. Articular setores transparentemente sem diluir ou confundir as fronteiras que os distinguem.

Relação Público-Social-Privado: 1. Cooperação com o setor social e privado: A importância do setor social e privado requer uma estratégia transparente e detalhada de cooperação, tirando partido das circunstâncias em que essa cooperação é vantajosa para as pessoas, a curto, médio e longo prazo. 2. Perguntas de resposta indispensável: (a) Existe um sistema português de saúde e uma instituição chamada “Serviço Nacional de Saúde”, mas o que é um “Sistema Nacional de Saúde” ou um “Sistema Português de Saúde”? (b) Quais as razões para substituir “Unidades Locais de Saúde” por “Sistemas Locais de Saúde” com componentes públicas, sociais e privadas”? (c) Sendo o SNS uma instituição, com valores éticos (solidariedade) e afetivos (pertença) faz sentido tratá-lo como um conjunto de recursos concessionáveis? (e) Se as reformas do SNS há muito esboçadas e iniciadas – unidades funcionais autónomas, contratualizadas e remuneradas pelo desempenho, atraentes para as pessoas e os profissionais de saúde – forem finalmente consolidadas por um Plano Plurianual de Desenvolvimento, enquadrando uma estratégia de cooperação com o setor social e privado, porque pensar em soluções incertas, complexas e controversas, inviáveis sem um Estado Inteligente, que, a existir, pode gerir bem serviços públicos de saúde?   

Constantino Sakellarides

20 Abril 2025

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LEGISLATIVAS 2024

AD/Ana Paula Martins: “Recursos humanos na saúde é a principal preocupação da AD”

Com as Eleições Legislativas 2024 à porta, as promessas nos partidos florescem. Mas o que é que a Aliança Democrática (AD) propõe de diferente para o setor da Saúde? Foi esta e mais perguntas que o nosso jornal quis ver respondidas em entrevista à candidata número três por Lisboa. Em Exclusivo, Ana Paula Martins afirmou que a coligação PSD/CDS-PP e PPM quer resolver de vez o problema de recursos humanos na saúde, garantindo: “Não vamos reter ninguém. Somos completamente contra pactos de permanência”. Entre as diversas propostas da AD destaca-se a implementação de um Plano de Emergência SNS 2024-2025, um Plano de Motivação dos Profissionais de Saúde, a digitalização e reorganização de algumas áreas do sistema.

CHEGA/Pedro Frazão: “Queremos acabar com a Direção Executiva”

Conhecidos pela sua forte oposição às políticas de Saúde da esquerda, o CHEGA promete um novo paradigma na Saúde. No especial Legislativas 2024, o partido garantiu ao HealthNews que “o acesso à saúde será uma promessa cumprida” caso resultem vencedores nas próximas eleições. Pedro Frazão, o médico veterinário que volta a liderar a lista por Santarém, afirma que o CHEGA quer reverter algumas das reformas mais importantes do Serviço Nacional de Saúde. “Queremos alterar o Estatuto do SNS e revogar a previsão do diretor executivo”, sublinhou. 

IL/Joana Cordeiro: “A solução para a falta de médicos de família passa pela contratualização e criação de USF modelo C”

O acesso universal aos cuidados de saúde primários só pode ser conseguido com a contratualização com o setor privado e social, de acordo um dos partidos candidatos às Eleições Legislativas de 2024. Em entrevista ao HealthNews, Joana Cordeiro, cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) pelo Distrito de Setúbal, destacou algumas das propostas do partido no âmbito da Saúde. A IL, que recusa ter como objetivo a privatização do Serviço Nacional de Saúde, diz que a solução para a falta de médicos de família passa pela criação de USF modelo C. 

CDU/Jorge Pires: “Não podemos ter ao mais alto nível de direção pessoas escolhidas pelo cartão partidário”

O Partido Comunista Português acredita que “existe força suficiente para defender o SNS”, “apesar da ofensiva a que tem sido sujeito”. “A direita, em muitas situações com o apoio do PS, tem um projeto político que passa pela criação de um sistema de saúde a duas velocidades: um serviço público desvalorizado a funcionar em mínimos para os mais pobres e outro recorrendo a privados e aos seguros de saúde”, disse ao HealthNews Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP. Sistemas Locais de Saúde, gestão democrática das unidades públicas de saúde, contratação de mais profissionais e libertação das imposições da União Europeia são algumas das lutas aprofundadas nesta entrevista.

BE/Bruno Maia: “Não há milagres. Só contratando mais profissionais de saúde”

Para o Bloco de Esquerda, “fazer o que nunca foi feito”, lema da sua campanha, aplica-se “perfeitamente” à saúde. Pela voz do neurologista e intensivista Bruno Maia, cabeça de lista por Braga, o partido apresenta ao HealthNews as suas medidas para robustecer o Estado Social, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde, e propõe a criação de um Serviço Nacional de Cuidados para atuar na infância, na velhice, na dependência e na doença crónica.

PAN/Rafael Pinto: “O sistema atual não serve”

Numa corrida contra o tempo, todos os partidos candidatos às Legislativas 2024 tentam convencer o eleitorado do “porquê” devem ser eleitos para Governar. Na Saúde, o PAN promete tomar as rédeas com uma visão diferenciadora – One Health. Em entrevista ao HealthNews, Rafael Pinto insiste na necessidade de executar todas as verbas que são orçamentadas nesta área. Apesar de defender um maior financiamento público na Saúde, o cabeça de lista do partido por Braga afirma que o PAN tem “uma postura moderada no que toca a Parcerias Público-Privadas”. 

LIVRE/Raquel Pichel: “Queremos implementar o estatuto do clínico-investigador”

Que “Contrato com o Futuro” propõe o LIVRE para o país? Na saúde, são cinco os eixos prioritários: reforçar e reorganizar o Serviço Nacional de Saúde; valorizar as carreiras profissionais no SNS; promover a saúde e prevenir a doença; humanizar os cuidados de saúde e investir na saúde mental. O HealthNews questionou uma médica candidata pelo círculo eleitoral do Porto sobre todos eles. “Na área da saúde, acreditamos que é preciso continuar a reforma do SNS, e vamos, claro, observar atentamente o alargamento do modelo de ULS”, frisou Raquel Pichel.

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Sofia Correia de Barros: “Portugal é Exemplo Mundial na Qualidade do Tratamento de Diálise”

Em entrevista exclusiva ao HealthNews, Sofia Correia de Barros, Presidente da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), destaca os desafios da literacia em saúde, a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença renal crónica, e faz o balanço das quatro décadas de trabalho da associação, sublinhando a necessidade de inovação e de uma maior valorização do setor em Portugal.

Slow Art: Um Caminho para o Bem-Estar

Num mundo acelerado, onde a atenção é cada vez mais fragmentada e o tempo limitado, a arte pode ser um espaço de silêncio, presença e reencontro com o essencial. Este é o mote do curso Slow Art: A Arte como um Caminho para o Bem-Estar, leccionado por Mário Rodrigues, no Museu do Oriente, a 10 de Maio.

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