Este vírus “é como um ioiô, pela redução e aumento de casos, mas continuamos preocupados com a sua tendência (…) Ainda estamos no meio de uma emergência de segurança continental”, declarou o diretor-geral dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), Jean Kaseya, numa conferência de imprensa.
Kaseya admitiu que pensava que “os casos estavam a diminuir”, mas pelo contrário houve “um grande aumento e até novos surtos” recentemente.
Por esta razão, o Grupo Consultivo de Emergência do CDC África planeia reunir-se no final de maio, para rever a situação e avaliar se o mpox, doença conhecida como varíola do macaco, ainda deve ser considerado uma emergência de segurança de saúde pública continental, como declarado pela agência em agosto.
“Queremos reunir-nos com os nossos peritos para determinar como podemos evitar que esta doença continue a ser não só um problema de segurança continental, mas também um problema de saúde pública” a nível mundial, acrescentou o diretor-geral.
De acordo com os dados dos CDC relativos a África, a República Democrática do Congo (RDCongo), o Burundi, o Uganda e a Serra Leoa continuam a ser os países mais afetados, representando 98,1% de todos os novos casos confirmados, notificados na semana passada.
Mais de 58% das infeções confirmadas na semana passada concentram-se apenas na Serra Leoa, para onde a agência planeia enviar uma equipa de cerca de 25 profissionais de saúde para fazer face à crise.
Segundo Kaseya, a agência vai levar “epidemiologistas para compreender a situação no terreno, peritos de laboratório para reforçar a capacidade do país, colegas de apoio comunitário para formar mais agentes comunitários de saúde, colegas de prevenção e controlo de infeções para a gestão de casos”.
“Quero travar este surto na Serra Leoa para evitar que se propague a outros países da África Ocidental”, sublinhou Kaseya.
A RDCongo continua a ser o epicentro da epidemia, com 101.460 casos (18.354 confirmados) e 1.761 mortes (107 confirmadas) desde o início de 2024, concentrados no leste do país.
Em termos de vacinas, onze países de África já receberam doses e sete deles já começaram a imunizar as suas populações.
Mais de 632.000 pessoas foram vacinadas em todo o continente, mas ainda são necessárias mais doses para controlar a epidemia, disse a agência.
“Estamos muito aquém do que precisamos”, disse o gestor adjunto de incidentes do CDC para África, Yap Boum, durante a conferência de imprensa, referindo que, de acordo com a estratégia de vacinação continental da agência, África precisa de um total de 6,4 milhões de doses até agosto.
A agência de saúde da UA declarou a mpox uma emergência de segurança de saúde pública continental a 13 de agosto de 2024 e, no dia seguinte, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou o estado de alerta sanitário internacional para a doença.
AA infecção por virus de monkeypox é uma doença infecciosa que pode causar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.
NR/HN/Lusa
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