O dispositivo é capaz de captar imagens panorâmicas de alta resolução e executar tarefas complexas de processamento visual com recurso a inteligência artificial, adiantou na segunda-feira o jornal estatal China Daily.
A descoberta, publicada na revista científica Science Advances, representa um avanço significativo no campo da visão biónica, tradicionalmente limitada por estruturas tridimensionais complexas e de baixa resolução espacial.
Os cientistas inspiraram-se na forma como os insetos processam a informação visual através de centenas de unidades oculares que operam em simultâneo, o que lhes permite reagir rapidamente ao ambiente.
Com base nesta observação, a equipa concebeu um sistema compacto, com apenas 0,8 centímetros cúbicos de tamanho, que fornece imagens a cores de nível megapixel com um campo de visão de 165 por 360 graus.
Utilizando modelos de aprendizagem profunda, os investigadores integraram o processamento visual multinível que permite a reconstrução de imagens panorâmicas de alta resolução, a localização de múltiplos alvos em campo largo, o reconhecimento de objetos, o seguimento simultâneo e o seguimento tridimensional.
“O objetivo não é apenas que os sistemas de visão biónica ‘vejam’, mas também que sejam capazes de ‘ver claramente’ e ‘compreender’ o ambiente”, explicou Zhang Dawei, líder da equipa de investigação e professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Xangai, citado pelo jornal estatal.
Este desenvolvimento, de acordo com os investigadores, representa uma integração inovadora da biónica e da inteligência artificial e abre novas possibilidades em áreas como a imagiologia médica, a vigilância inteligente, a inspeção endoscópica de precisão e as plataformas não tripuladas em miniatura.
Atualmente, a equipa está a trabalhar no aperfeiçoamento da estrutura do olho composto biónico para facilitar a sua aplicação industrial em instrumentos científicos avançados, monitorização ambiental e dispositivos médicos de última geração.
lusa/HN
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