“Muitas crianças não se queixam de qualquer dificuldade, até porque se um olho vê bem e o outro é ambliope e mesmo quase não vê, tudo pode passar despercebido até à realização de uma avaliação da visão e da graduação que deve ser realizada pelo oftalmologista. Uma criança apenas com um olho bom pode não dar qualquer sinal de alerta”, disse o presidente da SPO, Pedro Menéres, que falava à Lusa nas vésperas do Dia Mundial da Criança que se celebra domingo.
Erros refrativos, ambliopia e estrabismo são as doenças que mais afetam as crianças, lê-se na informação divulgada pela sociedade, onde esta acrescenta que “uma grande percentagem de crianças em idade escolar tem défices da função visual que podem interferir com as capacidades de aprendizagem”.
O método ideal para identificação de eventuais problemas é o rastreio.
“É fundamental realizar uma primeira observação oftalmológica, pelo menos, entre os 3 e os 4 anos, pois nesta idade a criança colabora habitualmente para uma avaliação com qualidade que surpreende os pais e conseguimos recuperar a maioria dos olhos amblíopes [também conhecidos por olhos preguiçosos]”, referiu Pedro Menéres.
Lembrando que “constituindo os erros refrativos [miopia, hipermetropia e astigmatismo] os problemas dos olhos com mais prevalência nesta faixa etária, a ambliopia e o estrabismo acabam por ter mais gravidade”.
Estima-se que cerca de uma em cada cinco crianças em idade escolar tenham défices de função visual provocados por uma destas patologias, bem como outras menos frequentes.
A SPO pede aos educadores, pais e outros familiares que estejam atentos.
Pode ser considerado sinal de alerta quando uma criança se aproxima muito de um ecrã, livro ou da pessoa com quem está a interagir.
Fechar ou tapar um dos olhos e os erros na escrita são outros sinais de alerta, bem como a vontade de esfregar os olhos ou as dores de cabeça, os olhos vermelhos ou lacrimejantes, estrabismo ou fotofobia (dificuldade em suportar a luz).
lusa/HN
0 Comments