China vai aumentar apoio a Moçambique na saúde e infraestruturas

13 de Junho 2025

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique disse hoje que o Governo chinês vai aumentar o apoio ao país, sobretudo em projetos nas áreas da saúde e das infraestruturas.

Maria Lucas, que falava à margem de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wen He, disse que a reunião superou as suas expectativas, sobretudo com o anúncio de um reforço do apoio chinês a Moçambique em diversas áreas-chave.

“[Wen He] referiu-se ao aumento do apoio que eles vão fazer a Moçambique em várias áreas, mas, sobretudo, para galvanizar a implementação do projeto sobre a construção do centro cirúrgico do Hospital Central de Maputo [a maior unidade do país]”, declarou a ministra, que se encontra de visita à China.

De acordo com Maria Lucas, o ministro chinês destacou ainda a construção de um centro de formação em saúde em Sofala, província do centro do país.

“Também referiu-se aos dois projetos que já submetemos ao Governo da China, um deles em relação à N1 [Estrada Nacional 1], só aos troços da província de Maputo a Gaza, e também referiu-se ao projeto de interconectividade na área digital (…) que também já tínhamos submetido. Disse que também vão trabalhar nesses projetos e brevemente darão as respostas”, declarou.

A ministra realçou que a parceria histórica entre Moçambique e a China vai além das últimas cinco décadas, estendendo-se também ao período da luta de libertação nacional moçambicana.

“Foi um encontro muito bom. É sempre bom termos um aliado como a China”, concluiu.

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique apelou, na quarta-feira, à flexibilização dos mecanismos de preparação e apresentação de projetos de negócios e ao desembolso de fundos chineses em África.

Maria Lucas, que falava durante a conferência ministerial de coordenação para a implementação dos resultados do IV Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), na cidade chinesa de Changsha, saudou e elogiou a iniciativa “promissora”, mas avançou alguns desafios a serem ultrapassados para a sua implementação efetiva nos países africanos.

“Para que [a iniciativa] seja viável e bem-sucedida nos nossos países, e em Moçambique, em particular, há desafios que devem ser devidamente abordados, incluindo a flexibilidade dos mecanismos de preparação e apresentação de projetos, bem como de desembolso de fundos”, disse.

Segundo a ministra, a parceria com a china produziu para África e Moçambique, particularmente, “resultados significativos”, incluindo a afirmação do Fórum África-China e o avanço da iniciativa de cooperação “Cinturão e Rota”, bem como o Fórum de Macau.

Maria Lucas garantiu que Moçambique está preparado para receber os investimentos chineses e levar as trocas comerciais entre os dois países para níveis mais elevados.

A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa.

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