Mpox: África poderá registar este ano mais do dobro dos casos de 2024

13 de Junho 2025

 África poderá registar mais do dobro dos casos de varíola mpox este ano do que em todo o ano de 2024, alertou a agência de saúde pública da União Africana (UA).

“É evidente que este ano vai terminar com o dobro ou mais do dobro do número de casos suspeitos e confirmados notificados em 2024”, disse o epidemiologista Ngashi Ngongo, chefe do Gabinete Executivo dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), numa videoconferência de imprensa.

De acordo com os últimos dados da agência, o continente registou 145.238 casos de varíola (39.766 confirmados) e 1.796 mortes (196 confirmadas) desde o início de 2024.

Comparando as infeções detetadas até agora em 2025 com o total do ano passado, Ngongo considerou que os casos suspeitos e confirmados até ao momento, neste ano, representam 87% e 101%, respetivamente, dos documentados em todo o ano de 2024.

O epidemiologista observou que há uma “tendência decrescente” nas infeções na República Democrática do Congo (RDCongo), Serra Leoa e Uganda, os três países que representaram 86% dos casos notificados na última semana.

“Mas devemos interpretar isso com cautela, dados os muitos desafios que ainda enfrentamos na área da vigilância [epidemiológica], especialmente porque a vigilância na maioria desses países permanece passiva”, disse Ngongo.

Por exemplo, observou que, na RDCongo – o epicentro da epidemia com 109.186 casos (24.338 confirmados) e 1.796 mortes (115 confirmadas) desde 2024 -, apenas 13% dos casos suspeitos recentemente notificados são testados para confirmar a infeção.

O CDC África voltou a alertar que o continente enfrenta uma grave escassez de vacinas para combater a epidemia.

África enfrenta uma “enorme lacuna”, entre os 6,4 milhões de doses que a agência estima necessitar até agosto e os 2,9 milhões que foram enviados para o continente, incluindo a chegada à RDCongo de um pacote de 1,5 milhões de doses da vacina japonesa LC16 no final de maio, lamentou Ngongo.

Até agora, onze países receberam vacinas, embora apenas sete estejam a inocular as suas populações e pouco mais de 664 mil pessoas tenham sido vacinadas.

A agência de saúde pública da UA declarou a varíola uma emergência de saúde pública de segurança continental em 13 de agosto e, no dia seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o estado de alerta sanitário internacional para a doença, que decidiu manter na semana passada.

A varíola é uma doença infecciosa que pode provocar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.

NR/HN/Lusa

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