“Precisamos de uma vacina rápida, segura e barata, e a imunização deve ser feita por produtores africanos e preparada em solo africano”, disse Cyril Ramaphosa durante a sua intervenção no seminário que hoje juntou os principais responsáveis pela saúde em África, no primeiro dia de um seminário dedicado à importância da vacina contra a pandemia da Covid-19 em África, com o tema ‘A Liderança de África no Desenvolvimento e Acesso a uma Vacina contra a Covid-19’.
“Os desafios são enormes, e os recursos também, mas são necessários para garantir a cobertura num continente tão vastos e populoso como o nosso, por isso precisamos de agir com urgência”, alertou o chefe de Estado da África do Sul, um dos países mais fustigados no continente pela pandemia.
Durante o seminário, que termina na quinta-feira, o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, anunciou a primeira participação de africanos num ensaio clínico desenvolvido pela Universidade de Oxford visando a obtenção de uma vacina.
O ensaio, conduzido em larga escala na África do Sul, Reino Unido e Brasil, visa responder à pandemia, que John Nkengasong disse “ter começado devagar, mas estar agora a acelerar muito rapidamente”.
“Temos de agir agora, senão África corre o risco de ser deixada para trás numa vacina global”, alertou o responsável durante a conferência.
O número de mortos em África devido à Covid-19 subiu para 8.618, mais 284 nas últimas 24 horas, em cerca de 324 mil casos, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infetados é de 324.696, mais 9.286 casos nas últimas 24 horas.
O primeiro caso de Covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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