Associação de Proteção e Socorro diz que “faltaram chefes em Lisboa” mas autarquia também não cumpriu

30 de Junho 2020

A Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) reconheceu esta terça-feira que “faltaram chefes em Lisboa” para lidar com a pandemia da Covid-19, advertindo que o município, como outros, não cumpriu a sua missão de proteção civil.

“Faltaram chefes em Lisboa capazes de lidar com a pandemia da Covid-19, mas não só no Governo e Direção-Geral da Saúde, onde a incompetência é por demais evidente. Contudo, a autarquia de Lisboa, à semelhança da esmagadora maioria das autarquias, também não cumpriu exemplarmente a sua missão de proteção civil que lhe compete”, acusou o presidente da APROSOC, citado em comunicado.

João Paulo Saraiva comentava assim as declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, que considerou que o aumento do número de infetados por Covid-19 na região se deve a “más chefias” e à falta de profissionais no terreno, exigindo respostas rápidas.

Fernando Medina disse na segunda-feira, no espaço de comentário na TVI24, que “com maus chefes e pouco exército não é possível ganhar esta guerra”.

“É uma nota direta a todos os responsáveis relativamente a esta matéria, que é preciso agir rápido. Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, sublinhou.

Em comunicado, o presidente da APROSOC lembrou que o município de Lisboa possui Unidades Locais de Proteção Civil (ULPC) com falta de recursos humanos e formação.

“A autarquia possui Unidades Locais de Proteção Civil, compostas em muitos casos por uma dúzia de voluntários. Estas unidades não possuem formação para, por exemplo, em situação de pandemia colaborarem na distribuição de equipamentos de proteção individual às pessoas mais vulneráveis”, apontou.

Para João Paulo Saraiva, a autarquia apoia mais o futebol que o seu Serviço Municipal de Proteção Civil, investe mais em romarias do que em Unidades Locais de Proteção Civil e não controla as insuficiências das Juntas e Uniões de Freguesias no que à proteção civil diz respeito.

O Governo decidiu na semana passada que Portugal vai estar, a partir de quarta-feira, dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de Covid-19, passando a maior parte do país para situação de alerta, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa para situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias da AML mantêm o estado de calamidade.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 502 mil mortos e infetou mais de 10,20 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.568 pessoas das 41.912 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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    A Associacao de Protecao e Socorro (APROSOC) reconheceu esta terca-feira que “faltaram chefes em Lisboa” para lidar com a pandemia da covid-19, advertindo que o municipio, como outros, nao cumpriu a sua missao de protecao civil. “Faltaram chefes em Lisboa capazes de lidar com a pandemia da covid-19, mas nao so no Governo e Direcao-Geral da Saude, onde a incompetencia e por demais evidente. Contudo, a autarquia de Lisboa, a semelhanca da esmagadora maioria das autarquias, tambem nao cumpriu exemplarmente a sua missao de protecao civil que lhe compete”, acusou o presidente da APROSOC, citado em comunicado.

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