Em nota a que a Lusa teve acesso, a IGAE refere que os encerramentos resultaram de operação conjuntas de fiscalização, envolvendo ainda a Proteção Civil, Polícia Nacional e Forças Armadas, em todo o país, “cujo foco é garantir o cumprimento das normas sanitárias e das restrições impostas na lei”, para evitar a propagação da Covid-19.
Aquele órgão policial esclarece que em todo o fim de semana, no âmbito destas operações, foram encerrados 30 estabelecimentos, por “incumprimento grave das normas sanitárias”, nomeadamente “distanciamento, sobrelotação, incumprimento de horário de funcionamento”, entre outras.
Incumprimentos que colocavam “em sério risco de contaminação os consumidores e população em geral”.
Num primeiro balanço destas primeiras operações do género, o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) de Cabo Verde, Renaldo Rodrigues, já tinha anunciado na segunda-feira que as autoridades cabo-verdianas encerraram 21 estabelecimentos comerciais, a maioria na cidade da Praia, durante o fim de semana, por incumprimento de várias medidas sanitárias impostas para evitar a propagação do novo coronavírus.
Referiu que os estabelecimentos encerrados não cumpriam com várias medidas, tendo sido constatado sobrelotação de espaço, bares abertos fora do horário normal de funcionamento, que atualmente é até às 21:00 locais.
“Posso avançar que nesta fase, das ações que temos realizado no terreno, é lamentável porque a maior parte dos operadores económicos não estão a cumprir as medidas sanitárias impostas, não é só as pessoas, as empresas também não têm cumprido, daí que se impõe nesta fase aumentarmos o rigor, fazendo com que as recomendações sanitárias sejam cumpridas”, explicou o presidente do SNPCB.
Segundo o balanço divulgado hoje pela IGAE, nestas operações foram também detidas em flagrante delito mais de 100 pessoas, “maioritariamente jovens”, por consumo de bebidas em alcoólicas na via pública. Outras 60 pessoas foram detidas para efeito de identificação “por estarem barricadas no interior de bares” a funcionar fora do horário legalmente imposto.
Cabo Verde esteve dois meses em estado de emergência, diferenciado por ilhas, até 29 de maio, como forma de conter a propagação da Covid-19. Desde 01 de junho que tem em curso um plano de desconfinamento, com o levantamento gradual de medidas restritivas, nomeadamente de funcionamento de bares e discotecas, que se vai prolongar até outubro.
O arquipélago regista um acumulado de 1.499 casos de Covid-19 diagnosticados desde 19 de março, com 18 óbitos. Destes, cerca de mil casos foram confirmados apenas desde 01 de junho, com o foco nas ilhas de Santiago (nomeadamente na Praia) e do Sal.
Para o presidente da proteção civil cabo-verdiana, nesta fase “impõem-se ações mais enérgicas”, com “tolerância zero”.
“De tudo aquilo que tem sido feito, em termos de sensibilização, de trabalhar com as instituições, enviar as recomendações, quando vamos fiscalizar, ver aquilo que está a ser cumprido, deparamos, na prática, que pouco ou nada tem-se feito. Daí que é necessário aumentar o rigor”, prosseguiu Renaldo Rodrigues.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 539 mil mortos e infetou mais de 11,69 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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