“O projeto tem como objetivo recolher soluções junto de quem todos os dias contacta com os serviços de saúde e tem respostas concretas para as dificuldades que enfrenta”, refere em comunicado o movimento, constituído pela Ordem dos Médicos (OM) e pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), que divulga novos indicadores sobre o acesso aos cuidados de saúde no primeiro ano de pandemia em Portugal.
Com base no Portal da Transparência, a consultora MOAI analisou os dados de março de 2019 a janeiro de 2020, comparando com março de 2020 a janeiro de 2021, para aferir o impacto do primeiro ano da pandemia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), refere.
Na área das dependências, os dados indicam que houve uma quebra de 44% de novos utentes admitidos e que as consultas relacionadas com dependências ou adições tiveram uma quebra de 25%.
Na saúde mental, a incidência de perturbação depressiva avaliada nos cuidados de saúde primários registou uma redução de 24% no primeiro ano de pandemia, assim como os distúrbios ansiosos que apresentaram uma queda de incidência de 15%.
No mesmo sentido, adiantam os dados, está a curva da incidência da obesidade registada nos centros de saúde, com uma diminuição de 62% no primeiro ano de pandemia.
O acompanhamento das grávidas também terá sido afetado: os indicadores exibem uma redução de 18% na proporção das grávidas com um acompanhamento adequado, segundo o Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários.
O Movimento Saúde em Dia, lançado há um ano, sublinha que “estes indicadores se juntam a outros que têm tornado evidente o impacto da pandemia no acesso a cuidados por parte dos doentes não covid”.
“É essencial ouvir a população sobre um assunto que diz respeito a todos e a cada um de nós: a saúde”, defende no comunicado.
A consulta pública, que decorrerá durante um mês, pretende perceber que medidas desejam os portugueses ver aplicadas para melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde prestados em Portugal.
“Como garantir que os cidadãos têm acesso aos cuidados de saúde quando deles necessitam? Como se pode promover a eficiência? Que áreas da saúde devem receber financiamento prioritário?”, são algumas das questões colocadas na consulta pública.
O movimento pretende conseguir “uma ampla participação” de cidadãos, associações de doentes, organizações não-governamentais, unidades de saúde, academia, assim como “outras organizações ou entidades empresariais interessadas em dar o seu contributo”.
Até ao dia 17 de outubro, todos os cidadãos podem contribuir com as suas ideias e sugestões no site do Movimento Saúde em Dia www.saudeemdia.pt, sendo os resultados desta consulta comunicados publicamente em novembro.
Em julho, o movimento, que conta com a parceria da Roche, lançou uma petição pública que apela ao poder político para promover a recuperação rápida e eficiente de todos os doentes que ficaram por diagnosticar, tratar ou cuidar durante a pandemia.
A OM e a APAH renovam o apelo aos cidadãos para que se juntem a este Movimento e assinem a petição.
LUSA/HN
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