Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou que Jair Bolsonaro chefiará a delegação brasileira na 76.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no período de 19 a 21 de setembro.
A presença de Bolsonaro na Assembleia em Nova Iorque, onde a imunização foi anunciada como obrigatória, estava a ser questionada devido à sua relutância em tomar a vacina contra a covid-19.
Contudo, mesmo sem imunizante, o chefe de Estado brasileiro garantiu na quinta-feira que se deslocará aos Estados Unidos para participar no evento da ONU.
“Estarei na Assembleia Geral da ONU na próxima semana. Darei o discurso de abertura [na terça-feira]. Um discurso sereno, bastante objetivo, focado nos pontos de interesse para nós”, disse Bolsonaro na quinta-feira, na sua tradicional transmissão nas redes sociais, apontando como exemplos a gestão da pandemia no Brasil, os agronegócios e a energia.
O chefe de Estado, infetado com o coronavírus no ano passado, reafirmou também que não vai tomar a vacina, defendendo que já está imunizado.
“Você toma a vacina para quê? Para ter anticorpos, não é isso? A minha taxa de anticorpos está lá em cima”, disse Bolsonaro.
Até ao momento, ainda não ficou claro como é que a regra da imunização obrigatória em Nova Iorque será aplicada na Assembleia.
O comissário da Saúde da cidade, Dave Chokshi, sublinhou que o anfiteatro da Assembleia Geral era “um centro de convenções” sujeito às mesmas regras que a maioria dos espaços de atividade interior em Nova Iorque.
No entanto, posteriormente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que não podia impor essa restrição aos chefes de Estado.
No comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Governo brasileiro confirmou que, tal como ocorre todos os anos, o Brasil será o primeiro país a discursar no Debate Geral da Assembleia, em 21 de setembro.
“Além de proferir o discurso de abertura, o Presidente manterá encontros com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e com chefes de Estado ou Governo de outros países”, acrescentou o executivo.
Além de Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, participará em encontros com “homólogos de vários países e em eventos multilaterais de interesse para o Brasil”.
“O Brasil também participará em reuniões de alto nível sobre pandemia de covid-19, operações de paz, direitos humanos, energia, sistemas alimentares, armas de destruição em massa e combate ao racismo”, detalha ainda o comunicado.
De acordo com o jornal O Globo, nove ministros acompanharão Bolsonaro na viagem a Nova Iorque (Economia, Turismo, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria-Geral da Presidência, Meio Ambiente, Relações Exteriores, Justiça, Saúde e Secretaria de Assuntos Estratégicas), além de um deputado (Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente), do presidente da Caixa Económica Federal, Pedro Guimarães, do advogado Rodrigo Mudrovitsch e de três intérpretes.
Integrarão também a comitiva os embaixadores do Brasil em Washington, Nestor Forster, e na ONU, Ronaldo Costa Filho.
A Lusa questionou a assessoria de Bolsonaro sobre a agenda completa do chefe de Estado, mas não obteve resposta.
LUSA/HN
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