“Até 05 de setembro de 2021, um total de 69.925 casos suspeitos, incluindo 2.323 mortes, foram relatados”, disse Yahya Disu, oficial de comunicações do Centro Nigeriano de Controlo de Doenças (NCDC).
Foram relatados casos em 25 dos 36 estados da Nigéria e na capital, Abuja. As crianças entre os 5 e os 14 anos são as mais afetadas, referiu, acrescentando que os 19 estados do Norte representavam 98% dos casos.
Disu considerou que fortes inundações, más condições sanitárias e alterações climáticas poderiam estar na origem do recrudescimento da cólera no país este ano.
A Nigéria já sofreu grandes surtos de cólera antes, incluindo em 1991, 2010, 2014 e 2017. Mas o atual surto poderá ultrapassar os anteriores em termos de mortes, de acordo com as projeções do NCDC, apesar da descida registada esta semana.
“O número de novos casos suspeitos diminuiu 58% na semana em análise (1.667), em comparação com a semana anterior (3.992)”, referiu Disu.
Mais trabalhadores da saúde e medicamentos foram enviados para as áreas afetadas, enquanto as autoridades intensificaram as campanhas de sensibilização sobre o saneamento da água e a higiene pessoal.
A cólera é uma doença diarreica altamente contagiosa, causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados, e caracteriza-se também por vómitos, desidratação invulgar e fadiga.
Pode ser transmitida por moscas quando entram em contacto com alimentos e pode ser fatal se não for tratado a tempo.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) está preocupado com o facto de as crianças serem as mais afetadas pela epidemia.
“Estamos muito preocupados com o facto de milhões de crianças na Nigéria serem afetadas pelo recente surto de cólera no país, que é considerado um dos piores de que há registo”, disse Oumar Doumbouya, chefe da Unicef na Nigéria.
A Nigéria enfrenta também a pandemia de Covid-19, com oficialmente mais de 200.000 casos e 2.655 mortes, desde fevereiro de 2020.
LUSA/HN
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