CDS-PP apreensivo com carga fiscal e com crescimento este ano de 4,5%

6 de Outubro 2021

O CDS-PP manifestou esta quarta-feira apreensão face à carga fiscal prevista pelo Governo no âmbito do Orçamento para 2022 e apontou que o executivo prevê para este ano um crescimento de 4,5%, inferior aos projetados 5,4%.

Estas posições foram transmitidas pelo líder parlamentar democrata-cristão, Telmo Correia, e pela coordenadora da bancada centrista para as questões do orçamentais, Cecília Meireles, na Assembleia da República, após uma reunião com o Governo sobre as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2022.

Perante os jornalistas, Cecília Meireles chegou a referir que o Governo aponta para uma meta de 125% em termos de dívida, mas, depois, não confirmou que esse indicador corresponda ao valor estimado para o próximo ano, remetendo então o esclarecimento da questão para o executivo socialista.

A deputada do CDS-PP e ex-secretária de Estado preferiu antes destacar a vertente do crescimento do produto interno bruto (PIB).

“O Governo prevê para este ano um crescimento de 4,5%. Ora, no Orçamento, o que estava previsto era 5,4%. Neste ano, o primeiro trimestre correu de tal forma mal, com os efeitos da pandemia da Covid-19, que não vai ser possível recuperar no resto do ano aquilo que estava previsto no Orçamento e que já tinha sido revisto no programa de estabilidade”, declarou.

Para a deputada do CDS-PP, em suma, “era essencial que a economia portuguesa tivesse crescido mais este ano”.

“Eram necessários estímulos extra, que não passassem pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas pela aposta na iniciativa privada. Isto significa que não é o Estado a decidir, através das entidades públicas, onde põe o dinheiro”, apontou.

Ainda segundo Cecília Meireles, durante a reunião com o Governo, o CDS-PP procurou obter “garantias de que nenhum contribuinte iria pagar mais impostos em 2022 do que este ano e que haveria um alívio generalizado do IRS”.

“Está a falar-se numa revisão de escalões do IRS, que pode significar para alguns – não se sabe quais – mais ou menos impostos. E a questão do englobamento também nos preocupa muito. O CDS-PP pediu esclarecimentos sobre o englobamento, pediu uma garantia ao Governo de quem ninguém paga mais impostos em 2022 do que em 2021, mas não obteve explicações cabais sobre o englobamento”, acentuou.

Perante os jornalistas, Cecília Meireles defendeu “um alívio do IRS e também ao nível do IRC para aumentar a competitividade das empresas portuguesas”.

“Mas isso não está em cima da mesa”, criticou.

Já o líder parlamentar do CDS-PP preferiu centrar as suas declarações nas questões de fundo de divergência dos democratas-cristãos com o Governo em matéria de política orçamental.

“Existem divergências de opção política que são conhecidas e que não se alterarão neste debate orçamental. Logo à partida é possível registar que, mesmo considerando as circunstâncias da pandemia daccovid-19, há uma divergência de fundo em relação àquilo que deve ser o motor da recuperação, o público, ou as empresas”, referiu Telmo Correia.

O presidente da bancada do CDS-PP considerou depois que o Governo dá “apenas incidência ao investimento público, o que é uma divergência de fundo”.

“Ficam-nos preocupações relativas à proteção dos contribuintes, das famílias e de setores específicos dentro do público, como são a saúde e a segurança. Aí há muita coisa por conhecer”, acrescentou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This