O pedido feito pela inspetora da Saúde, Sílvia Pinto, a que a Lusa teve acesso, vai ser analisado hoje numa reunião da Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que vai decidir se autoriza ou não que aqueles dois deputados socialistas sejam ouvidos no âmbito deste processo.
De acordo com o ofício, em causa está um “processo disciplinar especial de inquérito”, destinado ao “apuramento de eventuais responsabilidades” relativamente à aquisição no mercado asiático, em abril de 2020, de um milhão de máscaras FFP/KN95, de proteção contra a Covid-19, destinadas ao Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que supostamente não cumpriam os requisitos técnicos.
Na altura, a região desembolsou, através de um contrato por ajuste direto, pago em duas tranches, três milhões e 150 mil euros por aquele material de proteção hospitalar, que foi transportado de Xangai, na China, para Ponta Delgada, num voo extraordinário efetuado pela Azores Air Lines.
O executivo socialista de então, presidido por Vasco Cordeiro, confirmou, mais tarde, a existência de defeito no fabrico das máscaras e garantiu que o fornecedor iria substituí-las, mas isso não veio a ocorrer, pelo menos até à tomada de posse do novo executivo de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), formado após as eleições legislativas de outubro de 2020.
A Inspeção Regional de Saúde pretende agora ouvir os dois deputados do PS que, na altura dos factos, tinham responsabilidades diretas neste negócio, respetivamente, o presidente do Governo Regional e o responsável pela Autoridade de Saúde Regional, por considerar que os seus depoimentos são essenciais ao cabal esclarecimento da verdade.
LUSA/HN
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