BE e PCP pedem clareza nas normas e defendem que Governo devia ter ouvido escolas

8 de Outubro 2021

O Bloco de Esquerda pediu esta sexta-feira clareza e uniformização das normas para as escolas no âmbito da pandemia de Covid-19 e o PCP defendeu que as escolas deveriam ter sido ouvidas no sentido de encontrar "soluções mais adequadas".

O parlamento debateu hoje uma petição “pela revisão das orientações da DGS para o ano letivo 2020/2021”, que deu entrada em dezembro do ano passado e os partidos aproveitaram para assinalar que hoje há mais conhecimento sobre a pandemia e a Covid-19.

Joana Mortágua, do BE, apontou que Portugal encontra-se “num novo nível da pandemia em que a vacinação tem alta taxa de sucesso” e defendeu que “o problema agora é quando as escolas e as famílias confrontam a rigidez das regras dentro da escola com o aligeiramento das regras na sociedade”.

A deputada pediu “clareza e uniformização entre as regras fora da escola e as regras dentro da escola”, nomeadamente quanto ao uso de máscara, ressalvando que “caso estas normas não sejam uniformizadas e sejam desproporcionais, vão prejudicar as crianças” e podem acabar por “não ser respeitadas”.

A deputada Ana Mesquita, do PCP, salientou que “teria sido do mais elementar sentido de responsabilidade nesta circunstância que o Governo tivesse procurado ouvir a comunidade educativa de uma forma muito mais ampla e rigorosa, nomeadamente os professores e educadores, com o objetivo de fazer uma avaliação rigorosa do que se viveu”.

No sentido de “encontrar soluções mais adequadas em relação à preparação do presente ano letivo, nomeadamente ao nível da elaboração de um verdadeiro plano de recuperação das aprendizagens que não se limitasse a medidas de caráter conjuntural e temporalmente limitadas”.

A deputada Mariana Joaquina Matos, do PS, assinalou que o Governo “acompanha de perto as escolas e os docentes fornecendo orientações e disponibilizando apoio com vista às adaptações necessárias e possíveis em cada contexto educativo” e que os planos de contingência têm vindo a ser atualizados “à luz dos princípios da evidência e do conhecimento científico, bem como da evolução” pandémica.

A socialista salientou ainda a “necessidade de manter as orientações preconizadas pela DGS” e destacou que já houve uma “maior flexibilidade das orientações sobre o isolamento profilático nos contactos de baixo risco”.

Miguel Arrobas, do CDS, que recentemente substituiu a deputada Ana Rita Bessa, defendeu que é “prudente que existam algumas medidas de prevenção tanto em relação às crianças e jovens como a todos quantos com elas contactam”, mas apontou que “as medidas para a proteção da pandemia têm de ser progressivamente equilibradas com medidas de proteção e promoção dos direitos, quer dos alunos, quer dos seus cuidadores e professores”.

Considerando que “é com as comunidade que as escolas devem trabalhar as medidas”, o deputado criticou também que “faltou ter um pensamento claro revertido em normas claras sobre as quais iriam ser as regras num contexto que é agora muito diferente”.

O PSD, por seu turno, comentou as notícias que dão conta de que o Governo quer o pré-escolar no ensino obrigatório, defendendo que “aquilo que é fundamental é a criação de oferta do pré-escolar a partir dos três anos sem custos para a família”.

Apontando que é necessário “aumentar e qualificar a oferta em vez de a tornar obrigatória”, a deputada Carla Madureira apelou ao Governo que largue “a cegueira ideológica porque as crianças não têm mais tempo a perder e estabeleçam-se as parcerias necessárias com todos para que com a rede privada, solidária e obviamente a pública se expanda rapidamente a oferta de vagas necessárias”.

Pelo PAN, a líder parlamentar, criticou que os pais continuem a ser proibidos de acompanhar os filhos dentro da creche, medida “incompreensível”, e lembrou que o seu partido entregou um projeto de resolução que recomenda ao Governo a revisão dessa norma.

Mariana Silva, do PEV, defendeu ser “imprescindível que se invista no ensino público de qualidade”, enquanto o deputado único da Iniciativa Liberal questionou o uso de máscara dentro das escolas e “com que base cientifica se continuam a violar os direitos das crianças”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Pedro Marques deixa Terceira para assumir ULS Lezíria

O presidente do conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo da Ilha Terceira (HSEIT), nos Açores, Pedro Marques, deixou de exercer funções, segundo uma nota divulgada hoje pela...

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights