Mais de 50 países querem baixar emissões de sistemas de saúde

9 de Novembro 2021

Mais de 50 países comprometeram-se a baixar as emissões poluentes dos seus sistemas de saúde numa iniciativa conjunta da Organização Mundial de Saúde (OMS)e da cimeira do clima das Nações Unidas (COP26).

Numa mensagem em vídeo dirigida à cimeira, o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, salientou que a crise climática está diretamente ligada à saúde mundial, num “planeta a aquecer, com mais fenómenos meteorológicos extremos, mais surtos de doenças infeciosas e mais ameaças ao ar, água e fontes de alimentação”.

O compromisso do Programa Sanitário da COP26 implica que os sistemas de saúde funcionem de forma “sustentável e com baixas emissões carbónicas”, num setor que contribui com “quatro a cinco por cento” das emissões de gases com efeito de estufa mundiais, salientou a secretária-adjunta para a Saúde dos Estados Unidos, Rachel Levine.

Na apresentação da iniciativa, que decorreu na COP26, em Glasgow, a responsável referiu que as emissões dos sistemas de saúde tenderão a aumentar na proporção da procura maior a que deverão ser sujeitos no futuro.

“Temos de liderar com as nossas ações”, defendeu, indicando que os países de vários continentes que aderiram ao programa representam “um terço das emissões totais do setor da saúde”.

Entre os 50 signatários, 14 comprometeram-se com datas concretas para terem sistemas de saúde de “emissões zero”, desde o Quénia e Malaui em 2030, à Espanha, São Tomé e Príncipe ou Iémen em 2050.

Estados Unidos, Reino Unido, Moçambique ou Cabo Verde estão também entre os países que aderiram à iniciativa.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7º C.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This