Com abertura prevista às 20:00, o centro de testagem do Cais Sodré só conseguiu abrir as portas ao público às 20:45, depois de 45 minutos à espera de chave, o que criou alguma agitação, mas sem problemas de maior gravidade.
Na fila desde às 15:15, João André disse à agência Lusa que o “Governo está a fazer um bom trabalho”, em relação à exigência de testes para entrar em alguns locais públicos.
“É a minha opinião. Continua a fazer um bom trabalho em relação a isto [medidas contra a covid-19]. Espero que continue e que isto melhore”, adiantou.
João André, que esteve a substituir a sua mulher na fila, contou que o casal está a fazer testes ao novo coronavírus SARS-CoV-2 por precaução.
“Estou, neste momento, a fazer teste, porque a minha esposa […] andou perto de pessoas com a covid-19, que, por sua vez, adoeceram. Ficaram bastante atacadas com a covid-19. No meu caso, é mais para me prevenir. Venho fazer agora e, se possível, venho fazer antes do Natal. É apenas jogar pelo seguro. Eu ainda não apanhei [covid-19]. Estou satisfeito”, observou.
Na longa fila, que parecia interminável, esteve também Marina Ferreira que considerou que o processo de testagem está “mal-organizado”.
“Falta organização. As medidas têm de acontecer, porque senão a situação vai piorar, mas está mal-organizado, acho”, indicou.
A mulher, que aguardou cerca de cinco horas para poder ser testada, atentou que devia de haver uma forma de os testes ser realizados junto às discotecas.
“Acho sim [faz sentido ser testada para entrar numa discoteca], mas acho que devia haver uma forma de testar à frente das portas das discotecas. Ter mais formas de testagem e ser ininterrupto”, explicou.
Bem perto da zona ribeirinha, já no fim da fila, Ivo Ferreira disse que foi testar-se, porque ia a concerto na rua cor-de-rosa, mas sentiu-se incomodado com a demora da abertura do centro de testagem, após questionado pela Lusa.
“Sim [incomoda-me]. Querem submeter as pessoas a este tipo de testes e que toda a gente se tenha de se testar – que eu concordo –, mas penso que não houve um reforço suficiente para que se consiga cumprir, sobretudo no que diz respeito à noite e aos bares, porque há muita mais gente e mais afluência”, realçou.
Ivo Ferreira indicou que havia tentado ser testado na terça-feira em 12 farmácias, mas não conseguiu um teste.
“Não houve um reforço nas farmácias e nestes centros e então incomoda-me de alguma maneira. Por exemplo, eu já tinha concertos para este concerto e provavelmente não vou conseguir chegar a horas”, sustentou.
Já Fabio Stuflesser, um italiano que está passar o fim de semana com a namorada, adiantou que estava na fila, porque tinha bilhetes para ir assistir ao jogo Benfica – Sporting, da 13.ª jornada da Liga portuguesa de futebol.
“Nós ouvimos ontem [quinta-feira] que precisávamos de um teste [à covid-19] para entrar, o certificado de vacinação era suficiente. Nós chegamos às 15:30, mas às 18:00 fecharam o centro [de testagem] e disseram-nos que abrirão às 20:00. Nós mantivemo-nos aqui, porque nas farmácias pediam-nos marcação”, disse.
Com o plano de ir ao dérbi lisboeta quase frustrado, Fabio Stuflesser afirmou manter a esperança em chegar ao estádio da Luz, mas que provavelmente já não conseguiria ver o jogo de futebol.
À Lusa, a enfermeira designada para realizar os testes no centro do Cais do Sodré explicou que estava previsto testar 200 pessoas esta noite, dizendo que a maioria seria testada para entrar nas discotecas.
Sofia Natal explicou que estaria acompanhada por dois técnicos e que a média de espera pelo resultado do teste era de uma a duas horas, após a sua realização.
A enfermeira alertou ainda que, na quinta-feira, no centro de testagem do Campo Pequeno, teve de chamar a polícia, porque as pessoas que ficaram além da hora de encerramento não a deixaram sair, identificando alguma insegurança naqueles espaços.
A Câmara Municipal de Lisboa instalou quatro centros de testagem à covid-19 junto às zonas de diversão noturna, funcionado nas sextas, sábados e vésperas de feriado à noite.
Os centros noturnos estão instalados no Cais do Sodré, em Santos, no Príncipe Real e no Largo de Camões entre as 20:00 e as 02:00.
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