Segundo o diplomata português, as novas doações resultam de um “esforço” que Portugal tem vindo a fazer com Angola e com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para a imunização das respetivas populações, particularizando a população angolana.
“Porque dar é sempre bom, doar é sempre bom, doar aquilo que se precisa ainda é um gesto mais nobre, esperamos chegar em breve a 3 milhões de vacinas doados ao povo angolano esperando que elas sejam mesmo bem aplicadas”, afirmou Pessoa e Costa.
Para o diplomata, que falava no final da visita que efetuou ao navio hidro-oceanográfico da Marinha Portuguesa “D. Carlos I”, atracado em Luanda, desde segunda-feira, é importante que a população angolana saiba que a vacinação é a maneira mais eficaz de se combater o flagelo da covid-19.
“E todos estaremos seguros quando estivermos vacinados, daí que peço aos angolanos que se vacinem”, exortou.
O cumulativo de pessoas vacinadas em Angola com uma dose é de mais de 6,9 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cobertura de 44,27% da população alvo, e as que receberam a dose completa foram de mais de 3,2 milhões correspondendo a uma cobertura de 20,80%, segundo dados das autoridades angolanas até ao fim de semana.
Angola contabiliza, desde março de 2020, mais de 65 mil casos positivos de covid-19.
Questionado sobre o nível de aceitação dos certificados digitais angolanos em Portugal, Pedro Pessoa e Costa disse que a embaixada, em Luanda, “não tem conhecimento de problemas maiores”, referindo que estes “dependem muito do tipo de vacinas que neles constam”.
“Estamos a trabalhar no sentido de um reconhecimento entre os dois países dos certificados digitais, sabemos que nalguns casos os certificados referem a vacinas que não estão ainda reconhecidas na União Europeia (UE)”, apontou.
O embaixador português afirmou igualmente “que não tem tido sinais de problemas com certificados digitais”, recordando que, em muitos dos casos, o que é solicitado é a apresentação de um teste negativo de pré-embarque “como é feito também e muito bem em Angola”.
“E por isso algumas vezes há uma confusão entre as situações em que são exigidos os certificados digitais ou também as situações em que além do certificado digital é exigido o teste negativo, creio que isso aconteceu pontualmente, mas a embaixada não tem conhecimento de problemas maiores”, assegurou.
Em relação à suspensão de ligações aéreas da Europa para com alguns países africanos, devido à nova variante Ómicron, Pessoa e Costa considerou tratar-se de uma questão de segurança e saúde pública e não de falta de solidariedade para com os Estados afetados.
“Não há falta de solidariedade nesta situação, o que cada um dos Estados-membros faz é uma proteção por segurança e saúde pública, Angola também tomou esta decisão, creio ser uma decisão tomada em tempo certo, de se proteger limitando as ligações a alguns países”, observou.
Pedro Pessoa e Costa referiu também que “qualquer Estado tem por obrigação proteger-se a si e aos seus cidadãos com estas decisões que são tomadas” e “espera-se sempre que sejam temporárias em relação a alguns países ou cidadãos”.
“Foi o que Angola fez, foi o que vários países fazem sempre que há uma situação que pode se tornar grave em termos de saúde pública”, rematou o diplomata.
LUSA/HN
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