Sindicato diz ser “inadmissível” fecho de urgências em Serpa de madrugada

29 de Dezembro 2021

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou esta quarta-feira “inadmissível” o fecho das urgências do hospital de Serpa de madrugada, a partir de segunda-feira, defendendo o regresso da unidade hospitalar à gestão pública como “única alternativa”.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção Regional do Alentejo do SEP considerou “inadmissível que uma entidade privada que gere uma instituição do SNS” [Serviço Nacional de Saúde], no caso a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), “decida encerrar um serviço público, prejudicando assim as populações que o hospital serve”.

O SEP lembrou que a SCMS tem um acordo de cooperação com o Ministério da Saúde, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) que lhe permite gerir o Hospital de São Paulo, em Serpa, no distrito de Beja.

“Portanto, o hospital, apesar de ser gerido pela SCMS, continua a ser uma instituição do SNS” e é “inadmissível” o fecho das urgências, frisou o SEP.

“Na defesa da saúde das populações que o hospital de Serpa serve”, o SEP defendeu que “a única alternativa é a ULSBA/ARS voltar a gerir” a unidade hospitalar, “como acontecia antes do acordo de cooperação.

As urgências do Hospital de São Paulo vão fechar, entre as 00:00 e as 08:00, a partir de segunda-feira, por dificuldades em garantir médicos para assegurar as escalas, devido à pandemia de Covid-19, disse hoje à agência Lusa o provedor da SCMS, António Sargento.

O provedor disse não ser possível prever por quanto tempo as urgências irão permanecer fechadas durante a madrugada, mas frisou que a SCMS e o conselho de administração do hospital “farão todos os esforços para inverter o mais rápido possível a situação” e reabrir o serviço naquele período.

António Sargento disse que a SCMS, a administração do hospital e o Estado português, “que é parceiro”, através do Ministério da Saúde e da ULSBA, tentaram “encontrar uma solução para a escala médica” da madrugada, mas não conseguiram “porque não há médicos”.

Na terça-feira, em comunicado, a Câmara de Serpa contestou a decisão de fechar as urgências durante a madrugada e voltou a defender que “é necessário e urgente o retorno e integração do Hospital de São Paulo no Serviço Nacional de Saúde”.

O município lembrou que o Ministério da Saúde e a SCMS assinaram, em 2014, um acordo de cooperação para transferência do Hospital de São Paulo para esta entidade.

O acordo foi assinado “sem acautelar o serviço público, as necessidades dos utentes, à revelia de todos os pareceres e tomadas de posição manifestadas e não garantindo serviços de saúde básicos e necessários às populações”, lamentou o município.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Malária matou 31 angolanos por dia em 2024

A malária matou 11.447 pessoas em Angola em 2024, uma média de 31 mortes por dia em quase 12 milhões de casos notificados no ano passado, anunciaram hoje as autoridades angolanas, garantindo investimentos na prevenção e tratamento.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights