Número recorde de mais de 15 milhões de infeções no mundo na semana passada

13 de Janeiro 2022

O mundo registou na semana passada um número recorde de mais de 15 milhões de infeções com o coronavírus que causa a Covid-19, número ainda assim subestimado, indicou na quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Na semana passada, mais de 15 milhões de novos casos foram reportados à OMS por todo o mundo, de longe o maior número de casos reportados numa única semana, e sabemos que é uma subestimativa”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na videoconferência de imprensa regular da organização sobre a evolução da pandemia da Covid-19.

A OMS justifica o “enorme pico de infeções” com a circulação da variante Ómicron do SARS-CoV-2, mais contagiosa e que está a “substituir rapidamente” a antecessora Delta “em quase todos os países”.

Apesar de provocar sintomas menos graves, a nova variante do vírus continua a ser perigosa, sobretudo para pessoas não vacinadas, advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Sejamos claros: embora a Ómicron cause doença menos grave do que a Delta, continua a ser um vírus perigoso, principalmente para os que não estão vacinados”, frisou.

Segundo Ghebreyesus, as hospitalizações, apesar de estarem a aumentar, não estão ao nível das vagas anteriores causadas por outras variantes, devido possivelmente à menor gravidade da Ómicron, bem como à imunidade conferida pela vacinação ou por uma infeção prévia.

De acordo com a OMS, o número de mortes notificadas semanalmente manteve-se estável desde outubro, com uma média de 48 mil óbitos por semana.

“Aprender a conviver com este vírus não significa que podemos, ou devemos, aceitar este número de mortes”, afirmou o dirigente da OMS.

A líder técnica de resposta à Covid-19 na OMS, Maria Van Kerkhove, lembrou que, apesar de menos severa, a Ómicron “está a matar muita gente” e a colocar “pressão crescente” sobre os profissionais de saúde.

Segundo a OMS, a maioria das pessoas internadas em hospitais em todo o mundo não está vacinada contra a Covid-19.

As vacinas, apesar de serem eficazes na prevenção da doença grave e morte, não evitam a infeção e a transmissão do vírus.

“Mais transmissão significa mais hospitalizações, mais mortes, mais pessoas afastadas do trabalho, incluindo professores e profissionais de saúde, e maior risco de surgir outra variante ainda mais transmissível e mortal do que a Ómicron”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus, relembrando que 90 países ainda não vacinaram 40% da sua população, sendo que 36 destes países vacinaram menos de 10% da sua população.

Em África, mais de 85% das pessoas ainda não receberam uma única dose, apontou.

A Covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há dois anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A variante Ómicron é a mais recente e a mais contagiosa de todas as variantes de preocupação.

LUSA/HN

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