Primeiro-ministro do Canadá apela a camonistas para terminarem “cerco” a Otava

8 de Fevereiro 2022

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, exortou esta terça-feira as centenas de camionistas que bloqueiam o centro da capital canadiana, Otava, há mais de uma semana em protesto contra as medidas sanitárias anti-Covid-19 a acabarem com a mobilização.

O apelo de Trudeau surge após um pedido de ajuda do responsável municipal da capital, que decretou, no domingo, o estado de emergência por considerar “fora de controlo” a situação na cidade.

“É necessário que isto termine”, assinalou Justin Trudeau, no decurso de um debate de urgência no parlamento, após concluir uma semana de isolamento devido à doença Covid-19.

“Esta pandemia prejudicou todos os canadianos”, disse, visivelmente irritado com os protestos.

“Mas os canadianos sabem que a única forma de ultrapassar [a atual situação] é continuar a escutar a ciência”, prosseguiu.

E prometeu: “O Governo federal responderá presente”, mas sem anunciar novas medidas exigidas por Jim Watson, presidente do município de Otava, a capital administrativa do Canadá.

Watson pediu na segunda-feira ao Estado federal o envio de 1.800 polícias suplementares e de um mediador para terminar com o “cerco” de Otava.

O chefe da polícia local, Peter Sloly, também apelou à ajuda federal.

Os partidos da oposição criticaram a ausência de Trudeau nos últimos dias.

Para os conservadores, o primeiro-ministro é responsável por uma “divisão nunca vista no país”.

Em 29 de janeiro, entre 400 e 500 camiões começaram a concentrar-se em frente ao parlamento e junto à residência de Trudeau em Otava.

Muitos camiões e manifestantes continuavam hoje a paralisar o centro da capital do Canadá.

No passado fim de semana, os protestos alastraram a outras cidades canadianas, incluindo Toronto e Winnipeg, e à região do Quebeque.

O movimento, apelidado de “Freedom Convoy”, visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, mas rapidamente transformou-se num movimento contra as medidas sanitárias em geral para evitar a propagação da pandemia de Covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado por Justin Trudeau.

Os manifestantes dizem que continuarão a sua ocupação até que as medidas sanitárias restritivas sejam levantadas.

LUSA/HN

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