Segundo justificou o autarca da capital belga, Philippe Close, nenhuma autorização foi solicitada para a realização da manifestação, que previa bloquear os eixos principais da capital belga, como aconteceu na capital federal canadiana Otava.
“Foram tomadas medidas para impedir o bloqueio da região Bruxelas-Capital”, escreveu Close na rede social Twitter, logo após um anúncio semelhante por parte de Paris.
Este “Freedom Convoy” (“Comboio da Liberdade”) – inspirado no movimento lançado por camonianistas no Canadá contra as restrições impostas no âmbito da pandemia de Covid-19 – era esperado em Bruxelas na segunda-feira, segundo uma convocatória que circula nas redes sociais e evoca uma convergência em toda a Europa.
Em França, vários manifestantes ligados a este movimento, definido pelos organizadores como “a próxima etapa” da mobilização antigovernamental dos “coletes amarelos” e opositores do “passaporte covid”, partiram ontem de várias cidades do sul do país (Nice, Bayonne, Perpignan) em direção à capital francesa.
Perante a convergência dos manifestantes em direção à capital, prevista para sexta-feira, o procurador-geral de Paris anunciou ontem a proibição do protesto.
A proibição, entre sexta-feira e segunda-feira, desta mobilização deve-se aos “riscos de perturbação da ordem pública”, indicou a mesma fonte, anunciando a criação de um “dispositivo específico (…) para impedir o bloqueio de estradas e para interpelar os infratores” e a imposição de sanções aos transgressores.
Já em Bruxelas, Philippe Close especificou que a decisão de proibição foi tomada após consulta ao executivo regional e à ministra do Interior belga, Annelies Verlinden.
A ministra tem autoridade sobre a polícia federal, que será responsável pelo controlo de camiões e carros que atravessem a fronteira belga e desejem chegar a Bruxelas.
Além disso, serão “proibidas manifestações com veículos motorizados” na região da cidade de Bruxelas, de acordo com um comunicado de imprensa do presidente do executivo regional, Rudi Vervoort.
Este movimento de protesto começou no Canadá no final em janeiro.
O movimento, apelidado de “Freedom Convoy”, visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, mas rapidamente transformou-se num movimento contra as medidas sanitárias em geral para evitar a propagação da pandemia de Covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado por Justin Trudeau.
A medida em questão afeta cerca de apenas 15% dos camionistas que ainda não se vacinaram, de acordo com a Aliança Canadiana de Camionagem, um grupo que agrega as associações de camionistas.
No entanto, grupos que contestam outras medidas de saúde pública adotadas pelas autoridades canadianas, desde os “passaportes covid” até à limitação de público em estabelecimentos comerciais, uniram-se à coluna de camiões que percorreu o Canadá, desde o oeste do país até Otava (este).
Centenas de camionistas e manifestantes bloquearam e paralisaram o centro da capital canadiana, com as autoridades locais a declararem, no fim de semana passado, o “estado de emergência”.
LUSA/HN
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