“O PSD vê com agrado que, volvidos mais de dois anos desde o surgimento do primeiro caso de covid-19 no mundo, finalmente estamos no caminho de regressarmos à normalidade. Essa mudança não vai ocorrer numa semana ou duas, mas já percebemos que esta primavera marcará o momento de viragem”, afirmou o vice-presidente da bancada do PSD Ricardo Baptista Leite em declarações aos jornalistas no parlamento.
O deputado e médico assegurou que o PSD se revê “na maioria das propostas dos especialistas”, deixando para “reflexão” uma maior progressividade do levantamento das restrições.
“Um levantamento simultâneo da obrigatoriedade de máscara, ao mesmo que deixa de ser utilizado o certificado, será um passo que poderia ser dado em dois momentos, libertando as máscaras em certos espaços e mantendo os certificados”, propôs o deputado, dizendo que, numa futura avaliação, esse documento poderia ser retirado se os dados epidemiológicos fossem positivos.
“Temos de garantir que não comprometemos os serviços e o turismo no período primavera/verão”, frisou.
Por outro lado, Ricardo Baptista Leite saudou que hoje os especialistas tenham abordado a necessidade de mudar a forma como são apresentados os dados sobre a Covid-19.
“Parece-nos que a apresentação diária de todos os infetados é um dado que não é útil”, defendeu, considerando que essa apresentação poderia passar a ser semanal e que deveria distinguir entre os infetados que estão vacinados e os que não estão.
Os peritos hoje reunidos sugeriram um alívio nas medidas contra a Covid-19, acabando com as limitações de acesso a lojas, bares e discotecas e com a máscara a ser apenas obrigatória em espaços interiores públicos, serviços de saúde e transportes.
Os especialistas, reunidos no Infarmed, sugerem também que o uso de certificado seja apenas para acesso a serviços de saúde e recomendam que em locais exteriores, o uso da máscara de proteção se limite às áreas com grande densidade populacional.
Por outro lado, o deputado do PSD apelou a que seja feito um planeamento para o próximo outono/inverno em termos de vacinação de reforço, que poderá abranger apenas os maiores de 50 anos, e sugerindo que esta possa ser feita em farmácias, “libertando recursos necessários no Serviço Nacional de Saúde”.
Baptista Leite defendeu que esta pandemia deverá ser aproveitada “para melhorar as respostas a agentes patogénicos respiratórios”, sugerindo regras para a ventilação de espaços fechados, como existem em outros países europeus, e medidores dos níveis de dióxido de carbono.
O deputado chamou ainda a atenção para as desigualdades na taxa de vacinação no mundo, apelando a que Portugal interceda junto da União Europeia para acelerar este processo no continente africano.
“O maior risco que temos, como país, na Europa e no mundo, é a emergência de uma nova variante, é o único fator que nos poderia levar a regredir”, alertou.
LUSA/HN
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