“Estamos em Santa Elena de Uairén [sudoeste da Venezuela], para dar a ordem de reabertura, de parte do nosso Presidente Nicolás Maduro, que ordenou a normalização deste posto fronteiriço”, anunciou o governador do Estado venezuelano de Bolívar, Ángel Marcano.

O anúncio foi feito através da televisão estatal venezuelana e Ángel Marcano explicou que a Venezuela e o Brasil têm “uma longa irmandade” e que ambos os países estão “ligados por um corredor social, a [estrada] ‘Troncal 10’, onde se realizam importantes atividades industriais, culturais e turísticas”.

“É um corredor social que tem unido os nossos povos”, disse o político venezuelano, que se fez acompanhar por empresários, militares e indígenas venezuelanos e representantes das autoridades do Estado brasileiro de Roraima.

Ángel Marcano recordou que a fronteira foi fechada para proteger a população local da pandemia da covid-19 e que os venezuelanos levaram oxigénio para o Brasil, para salvar vidas de brasileiros contagiados com o novo coronavírus.

Por outro lado, explicou que o norte do Brasil é um poderoso complexo agroindustrial e que tem sido desenvolvida uma agenda conjunta para a produção de milho, soja, frango e automóveis.

Em março de 2020, o Presidente Nicolás Maduro fechou as fronteiras terrestres com o Brasil e a Colômbia. Ainda assim, milhares de venezuelanos conseguiram chegar àqueles países vizinhos, escapando da crise política, económica e social que afeta a Venezuela.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades venezuelanas, o país contava, na quarta-feira, com 512.560 casos de covid-19 e 5.624 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.

Desde março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo, com um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso. Desde novembro de 2021 que a quarentena se mantém de maneira flexibilizada.

Em 03 de janeiro deste ano, a Venezuela iniciou a aplicação da dose de reforço das vacinas russa Sputnik V e da chinesa Sinopharm.

A covid-19 provocou pelo menos 5.914.829 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

LUSA/HN