Emigração portuguesa para França atingiu valores mínimos em 2020

5 de Abril 2022

Menos de seis mil portugueses emigraram para França em 2020, o número mais baixo desde que há registo, segundo uma análise do Observatório da Emigração esta terça-feira divulgada.

Dados do Eurostat citados pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, indicam que 5.998 portugueses entraram em França em 2020, menos 21,5% do que no ano anterior.

A investigadora Inês Vidigal explicou à Lusa que o número de emigrantes portugueses que entraram em França em 2020 é o mais baixo desde que o Observatório da Emigração tem registos, em 2003.

A especialista admite que esta quebra possa estar relacionada com a redução generalizada da emigração em 2020, associada à pandemia de Covid-19 e às restrições à mobilidade, mas sublinhou que no caso de França a emigração já vinha a cair há alguns anos.

Com efeito, o observatório destaca que este é o quarto ano consecutivo em que o número de emigrantes portugueses para França diminuiu (quedas de 32,8% em 2017, 3,2% em 2018, e 5% em 2019).

Com exceção do ano de 2016, em que se registou um ligeiro aumento, a emigração para França tem vindo a cair desde 2013, depois de em 2012 ter alcançado o recorde de 19.658 entradas.

Inês Vidigal explicou que, nos últimos anos, outros destinos se tornaram mais atrativos para os portugueses, como o Reino Unido (até ao ‘Brexit’), a Suíça ou a Alemanha.

Segundo os dados do Eurostat, não é só a emigração portuguesa que está em queda em França: A emigração para aquele país caiu 26,5% em 2020, para um total de 283.237 entradas de estrangeiros.

O observatório destaca, aliás, que o peso dos portugueses no total de entradas aumentou em 2020, para 2,1%, embora tenha caído face aos 5,6% registados em 2013.

Segundo o Relatório da Emigração 2020, apresentado em dezembro pelo observatório, o número de emigrantes portugueses em 2020 foi o mais baixo dos últimos 20 anos, um valor para o qual contribuiu a Covid-19 e o ‘Brexit’.

O relatório indica que a emigração portuguesa caiu de 80 mil saídas em 2019 para 45 mil em 2020 e conclui que a redução foi geral, englobando praticamente todos os destinos tradicionais da emigração portuguesa.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Percursos Assistenciais Integrados: Uma Revolução na Saúde do Litoral Alentejano

A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano implementou um inovador projeto de percursos assistenciais integrados, visando melhorar o acompanhamento de doentes crónicos. Com recurso a tecnologia digital e equipas dedicadas, o projeto já demonstrou resultados significativos na redução de episódios de urgência e na melhoria da qualidade de vida dos utentes

Projeto Luzia: Revolucionando o Acesso à Oftalmologia nos Cuidados de Saúde Primários

O Dr. Sérgio Azevedo, Diretor do Serviço de Oftalmologia da ULS do Alto Minho, apresentou o projeto “Luzia” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa inovadora visa melhorar o acesso aos cuidados oftalmológicos, levando consultas especializadas aos centros de saúde e reduzindo significativamente as deslocações dos pacientes aos hospitais.

Inovação na Saúde: Centro de Controlo de Infeções na Região Norte Reduz Taxa de MRSA em 35%

O Eng. Lucas Ribeiro, Consultor/Gestor de Projetos na Administração Regional de Saúde do Norte, apresentou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde os resultados do projeto “Centro de Controlo de Infeção Associado a Cuidados de Saúde na Região Norte”. A iniciativa, que durou 24 meses, conseguiu reduzir significativamente a taxa de MRSA e melhorar a vigilância epidemiológica na região

MAIS LIDAS

Share This