Distribuidores farmacêuticos tiverem encargo adicional de 20% este ano

8 de Junho 2022

O presidente da Associação dos Distribuidores Farmacêuticos (Adifa), Nuno Flora, manifestou hoje “muita preocupação” com o aumento dos custos energéticos, que estima terem representado, desde o início do ano, um encargo adicional de cerca de 20% para as empresas.

Nuno Flora falava aos jornalistas no final de uma visita da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a convite da Adifa às instalações da empresa de distribuição farmacêutica Alliance Healthcare, em Alverca, no distrito de Lisboa.

Um dia depois de a Adifa ter pedido ao Governo que tome “medidas urgentes” para minimizar o aumento dos custos dos combustíveis, Nuno Flora afirmou que os distribuidores veem com “muita preocupação” o aumento dos preços dos combustíveis, do gás e da energia.

“Estimamos que desde o início do ano estes custos energéticos tenham aumentado em cerca de 20% e eles representam 30% dos custos totais destas empresas”, elucidou.

A Adifa alertou na terça-feira que se este aumento se mantiver, “traduz-se numa ameaça real ao normal funcionamento do circuito de abastecimento de medicamentos em Portugal e, consequentemente, da acessibilidade das populações a produtos de saúde essenciais ao seu bem-estar e recuperação de doença”.

Nuno Flora esclareceu hoje que, neste momento, não há uma situação de rutura e dificuldades de abastecimento. “Não é disso que se trata, estamos apenas a lançar um alerta novamente e em devido tempo porque a situação, a nosso ver, veio para ficar”, afirmou.

“O que dizemos, e é muito claro, é que não está em causa o abastecimento do mercado, até porque o mercado provou noutras ocasiões, até recentemente, com a pandemia de covid-19, que conseguimos fornecer, disponibilizar os medicamentos às farmácias, hospitais, nossos clientes, logo as populações”, referiu.

O que está em causa, acrescentou, é “um serviço de excelência” condicionado na área de armazenagem, que está muito dependente de energia, e do transporte e que “está muito dependente dos combustíveis”.

Por isso, a associação lançou este alerta e pediu um conjunto de medidas de apoio para o setor da distribuição e para o transporte de medicamentos que outros setores já têm como o transporte de mercadorias pesadas ou o serviço de transporte individual, nomeadamente o serviço de táxi”.

Entre as medidas, estão o acesso a gasóleo profissional, a majoração dos custos com combustíveis ou a isenção do pagamento do Imposto Único de Circulação, apontou, defendendo que deviam ser imediatas.

Nuno Flora explicou que as empresas estão “a acomodar totalmente os custos”, nomeadamente dos combustíveis, uma vez que o setor não pode mexer no preço dos medicamentos, que é fixado pelo Estado.

“O que temos pedido e pedimos também ao Governo é que seja novamente efetuada a suspensão da revisão de preços para 2023”, rematou.

No final da visita ao armazém, a diretora-geral da Saúde destacou o trabalho feito pelo setor que garante “uma distribuição segura e eficiente de produtos farmacêuticos de primeira necessidade”.

Durante a visita foram apresentadas a Graça Freitas “as mais modernas e eficientes” soluções de armazenamento de medicamentos e produtos de saúde e outras soluções que garantem a segurança no transporte e abastecimento de produtos farmacêuticos às farmácias, hospitais e outras unidades de saúde.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This