Bruxelas oficializa compra de 300 milhões de doses de vacina da AstraZeneca

27 de Agosto 2020

A Comissão Europeia oficializou esta quinta-feira, em nome da União Europeia (UE), a compra de 300 milhões de doses de uma potencial vacina da AstraZeneca, que está em fase avançada de ensaios clínicos de larga escala.

Em nota de imprensa divulgada em Bruxelas, o executivo comunitário indica que oficializou “hoje, mediante a assinatura formal, o acordo assinado em nome dos Estados-membros da UE com uma empresa farmacêutica AstraZeneca”.

“Através do contrato, todos os Estados-membros poderão adquirir 300 milhões de doses da vacina AstraZeneca, com uma opção para mais 100 milhões de doses, a serem distribuídas numa base proporcional à população”, destaca a instituição.

A formalização vem no seguimento de um contrato prévio de aquisição assinado pela Comissão Europeia com a AstraZeneca em meados de agosto.

Bruxelas indica, também, estar a “discutir acordos semelhantes com outros fabricantes de vacinas”, depois de já ter concluído conversações exploratórias com a Sanofi-GSK (31 de julho), a Johnson & Johnson (13 de agosto), a CureVac (18 de agosto).

A farmacêutica britânica AstraZeneca está a desenvolver uma potencial vacina contra o novo coronavírus em conjunto com a Universidade de Oxford, estando já numa fase avançada de ensaios clínicos em larga escala.

De acordo com os resultados dos primeiros resultados dos ensaios clínicos, divulgados em julho passado, esta possível vacina “parece segura e gera anticorpos”, mostrando então resultados promissores no que diz respeito à segurança e imunidade.

Atualmente, essa potencial vacina está na fase três dos testes clínicos, o último antes de receber a aprovação das autoridades regulatórias.

No seguimento de polémicas cláusulas nestes contratos com as farmacêuticas, a Comissão Europeia esclarece, no comunicado de imprensa hoje divulgado referente à AstraZeneca, que, “a fim de compensar os riscos tão elevados assumidos pelos fabricantes, os acordos de compra antecipada preveem que os Estados-membros indemnizem o fabricante por responsabilidades incorridas sob determinadas condições”.

Ainda assim, “a responsabilidade [principal] continua a pertencer às empresas”, clarifica o executivo comunitário.

A Comissão Europeia indica, ainda, que “juntamente com os Estados-membros e a Agência Europeia de Medicamentos, utilizará as flexibilidades existentes no quadro regulamentar da UE para acelerar a autorização e a disponibilidade de vacinas bem-sucedidas contra a Covid-19, mantendo simultaneamente os padrões de qualidade, segurança e eficácia da vacina”.

“Os requisitos de segurança necessários e a avaliação específica pela Agência Europeia de Medicamentos como parte do procedimento de autorização de comercialização da UE garantem que os direitos dos cidadãos permanecerão totalmente protegidos”, conclui.

Esta semana, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que iniciou também testes clínicos de um novo medicamento para prevenir e tratar a Covid-19.

A empresa destacou que o medicamento, conhecido como AZD7442, é uma combinação de dois anticorpos monoclonais (anticorpos idênticos) e poderá ter potencial para ser preventivo para as pessoas mais expostas ao coronavírus, além de ter a possibilidade de tratar doentes com Covid-19.

LUSA/HN

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