No final de reuniões que os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Leiria tiveram com representantes da Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Médicos e administração do Centro Hospitalar de Leiria, Hugo Oliveira criticou o “desgoverno do Governo PS no nosso distrito”, na área da saúde.
“Notamos que há um problema de acesso, qualidade e eficiência. É preciso avaliar e olhar para todo o sistema do Serviço Nacional de Saúde [SNS] em Portugal e deixar de ter problemas ideológicos. E olhar para o setor privado como um parceiro e não como uma coisa terrível que aí vem e que vai ocupar o lugar do SNS”, afirmou.
Para o deputado, “há muitas condicionantes que fazem com que o SNS precise de uma reestruturação evidente”, mas há uma “questão de ideologia que pode estar a prejudicar a saúde dos portugueses”.
“Para o poder fazer, até estar reestruturado e estar a funcionar, ao lado [do SNS] temos o serviço privado, que está a funcionar e pode ser utilizado. Deixemo-nos de fantasmas do privado e utilizemo-lo a bem das pessoas. As pessoas não podem morrer porque há problemas ideológicos”, afirmou.
O PSD é a favor do SNS, garantiu Hugo Oliveira, “mas devemos garanti-lo, melhorar, reestruturá-lo”. E, “até estar reestruturado como deve ser, devemos ter o apoio do setor privado e do setor social, com a sua contratualização”.
Sobre a situação no distrito de Leiria, o deputado sustentou ser “assustador perceber que serão 70 mil utentes [no distrito] que não têm médicos de família – e ainda faltam os números do norte do distrito”, acrescentando que “o número de médicos em falta em todas as unidades é gritante”.
“O fecho das urgências tanto em Leiria como em Caldas da Rainha tem causado constrangimentos terríveis. Foi preciso haver um momento trágico, com o falecimento de um bebé [no hospital das Caldas da Rainha] para que o país acordasse e se levantasse um pequeno véu sobre a questão da obstetrícia”, notou.
Mas em “muitas outras especialidades em que também há problemas e pode acontecer o mesmo, como a ortopedia, e muitas mais haverá”.
“O Governo até nos roubou um ortopedista para secretário de Estado [da Saúde, António Sales], que tanta falta faz. E o senhor secretário de Estado, que é presidente da Assembleia Municipal de Leiria e foi cabeça de lista do PS nas últimas eleições legislativas, devia fazer objetivamente alguma coisa pelo distrito e pelos nossos centros hospitalares, que estão a ter dificuldades constantes”, apontou o social-democrata.
O presidente da distrital do PSD de Leiria admitiu que a ministra Marta Temido “já deve estar há algum tempo a pensar que, se calhar, não foi boa opção continuar no Governo”.
Para Hugo Oliveira, a ministra da Saúde “deve assumir as suas responsabilidades”:
“Não devo dizer que ela deve apresentar a demissão. O senhor primeiro-ministro é que, fazendo a sua análise”, deve decidir. “Agora, que a senhora ministra não está a prestar um bom serviço aos portugueses, não está. E o secretário de Estado [da Saúde] igual. A preocupação que denota naquilo que são os dois centros hospitalares e nos cuidados de saúde primários [no distrito] é zero. O senhor secretário de Estado é que deve fazer um exame de consciência sobre a sua ação”, concluiu.
LUSA/HN
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