O estudo “Redução da Procura dos Cuidados de Saúde em Tempos de Covid-19” avançou que as consultas de planeamento familiar registaram a maior queda, tendo alcançado 46% no primeiro trimestre.
As atividades de vacinação completa nas crianças menores de um ano conheceram uma quebra de 10% de abril a junho do ano em curso, devido ao impacto do novo coronavírus.
“Os dados mostram que há um declínio na procura de serviços de saúde que pode estar relacionado com o receio das populações em se aproximarem dos centros de saúde para procura de cuidados médicos, acreditando que estes possam ser locais de alto risco de infeção do coronavírus”, revelou a análise.
O CIP alertou que a redução da afluência de doentes não covid-19 aos centros de saúde poderá resultar mais tarde numa sobrelotação dos hospitais por pacientes em estado crítico.
“A ausência de procura atempada dos cuidados de saúde poderá sobrecarregar os sistemas de saúde já fragilizados. Em alguns países de África prevê-se uma futura superlotação dos hospitais por pacientes que procuram serviços de saúde com enfermidades não relacionadas à Covid-19”, lê-se no texto.
Além do receio dos utentes, o CIP salientou que há relatos de profissionais de saúde que mandam voltar para casa utentes que procuram os serviços sob o argumento de se estar em tempo de pandemia.
Para inverter a tendência de queda nas consultas externas, o CIP defendeu a sensibilização da população sobre as medidas de segurança sanitária implementadas nos centros de saúde e a criação de políticas de gestão de risco nos hospitais supervisionadas por especialistas.
A organização assinalou que os inquéritos epidemiológicos que têm sido realizados pelo Ministério da Saúde sublinham a maior exposição dos profissionais de saúde à infeção pelo novo coronavírus.
Moçambique contabiliza 3.916 casos de Covid-19 e 23 óbitos.
A pandemia da Covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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