Em comunicado, a ANEM refere que “a abertura de um novo curso de Medicina na região de Lisboa, onde já cerca de 1.500 alunos e mais de 500 internos estagiam, sobrecarregará, ainda mais, a capacidade das instituições formadoras e afetará, inquestionavelmente, a qualidade do ensino ministrado, principalmente ao nível de cuidados de saúde primários.”
Por outro lado, a associação manifestou profunda preocupação com que o número de vagas disponíveis para estágios, destinados aos futuros médicos especialistas, estejam “próximas do limite máximo”.
“Assim, é expectável que o número de médicos sem especialidade aumente nos próximos anos, afetando negativamente a qualidade dos cuidados de saúde prestados ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Mais, a sucessiva dilapidação de recursos e o desinvestimento crónico no SNS tornaram-no pouco atrativo, o que, aliado à inexistência de vagas na especialidade, promove o êxodo e emigração de profissionais que, por sua vez, diminuem cada vez mais o número de médicos disponíveis para acompanhar e formar futuros médicos”.
A ANEM questiona, ainda, a viabilidade da decisão. “A abrir este ano, não se entende como se poderá reavaliar o curso em 2021, dado que o mesmo terá de ser adaptado; e a optar pela abertura somente em 2021, fica a questão porque é que a Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) não optou pelo não acreditação do curso, dando mais um ano à Universidade Católica Portuguesa para resolver as graves lacunas identificadas no parecer da Ordem dos Médicos?”
A associação afirma que é contra a decisão anunciada esta quarta-feira sobre a abertura de um novo curso de medicina no ensino privado. A ANEM fala em “medida populista” e afirma que a medida resultará “numa diminuição global da qualidade da formação, não sendo movida por qualquer questão ideológica de universidades públicas contra privadas.”
PR/HN/Vaishaly Camões
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