Farmacêuticos do SNS iniciam greve esta terça-feira

25 de Outubro 2022

O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos declarou greve dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, a iniciar na madrugada de terça-feira. A paralisação irá prolongar-se até ao final do dia 26.

No aviso prévio de greve, o sindicato refere que esta paralisação abrange todo o território nacional.

Em causa está a valorização da carreira dos farmacêuticos; a atualização das grelhas salariais; a contagem de tempo de serviço no SNS e a adequação do número de profissionais.

O sindicato exige ainda “o reconhecimento e homologação, por parte do Ministério da Saúde/ACSS, dos títulos de especialista atribuídos pela Ordem dos Farmacêuticos” e a “definição e regulamentação de processo especial e transitório para regularização do acesso à especialidade/residência farmacêutica por parte dos farmacêuticos contratados após 01 de março de 2020”.

Os farmacêuticos têm vindo a denunciar “a precariedade, falta de estabilidade e más condições de trabalho” nestes serviços.

É a primeira greve atestada por um sindicato em exclusivo para farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde, o que é “absolutamente marcante” para estes profissionais, disse ao HealthNews Henrique Reguengo, do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos.

A decisão foi tomada porque as tentativas de resolução dos problemas dos farmacêuticos do SNS têm sido “sistematicamente” ignoradas “há vários anos”. “Portanto, chegamos a uma altura em que a situação é de tal modo grave e os farmacêuticos chegaram a uma tal exasperação, que acabamos por recorrer à última forma de luta que nos é possível fazer. Mas eu gostaria de deixar bem realçado que já não vemos outra solução, porque da parte do Governo não tem havido abertura absolutamente nenhuma para resolver problemas que eles próprios reconhecem que existem”, acrescentou Henrique Reguengo.

Para o farmacêutico, “é inacreditável que se continue a assobiar para o lado, sobretudo porque isto se reflete na qualidade dos serviços prestados aos utentes”.

“Se nós não funcionarmos, toda a estrutura fica afetada. No entanto, o Governo continua a assobiar para o lado. E nós temos uma carência enorme de farmacêuticos. O senhor ministro da Saúde quer diminuir o custo com medicamentos. Eu acho muito bem. Comece por pôr farmacêuticos em número suficiente no Serviço Nacional de Saúde e tratá-los com a dignidade que eles merecem e vai ver multiplicar a poupança que os farmacêuticos já hoje fazem no Serviço Nacional de Saúde. Porque os farmacêuticos já poupam milhões de euros pela sua atividade dentro do SNS”, explicou.

“Eu espero que estes dois dias de greve, com a adesão que esperamos, cheguem para o Governo perceber que é altura de olhar para os farmacêuticos no Serviço Nacional de Saúde. O problema está identificado há muito, até pelos anteriores titulares da pasta. O senhor ministro da Saúde tem conhecimento da área e peso político para conseguir levar a bom porto a resolução dos problemas. É necessário é que haja vontade política. E essa parece-me que tem sido inexistente”, concluiu.

A entidade sindical garante que serão assegurados os serviços mínimos indispensáveis.

Para dia 15 e 16 de novembro foi convocada mais uma greve.

HN

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