No Dia Mundial da Pólio, a OMS citou o exemplo da poliomielite para justificar a utilidade da vacinação.
“Não é o momento de relaxar”, afirmou o diretor-geral da OMS para a Europa, Hans Kluge, durante uma conferência de imprensa online.
No início do outono, a região europeia, que reúne 53 países, entre os quais alguns na Ásia central, é de novo o epicentro da epidemia, contando 60% dos casos de covid-19 no mundo.
Paralelamente, foi registado um pico de casos de gripe sazonal.
Com esta nova vaga de covid-19, as mortes e internamentos em cuidados intensivos estão a aumentar apenas ligeiramente, disse a mesma fonte, sublinhando a relação com a vacinação.
“A vacinação continua a ser um dos mecanismos mais eficazes contra a gripe e a covid-19, acrescentou.
Esta doença, que atinge sobretudo as crianças e provoca paralisias, quase desapareceu do mundo ocidental, mas uma variante do poliovírus derivada de vacinas orais foi recentemente detetada no Reino Unido, na Ucrânia, em Israel e em Nova Iorque.
Mais virulenta do que o vírus natural, esta variante pode mesmo provocar sintomas graves, como paralisias de membros em pacientes não vacinados.
Rara, esta variante desenvolveu-se mais ao longo dos últimos anos devido a fracas taxas de vacinação em algumas comunidades.
“Em todo o mundo, se deixarmos as pessoas para trás, o vírus da pólio é um barómetro muito bom para nos dizer quem são”, revelou um perito da OMS Europa, Siddhartha Datta. “Trata-se de grupos desfavorecidos da população, que por alguma razão não foram abrangidos pela recomendação da OMS para uma cobertura (vacinal) de 95%”.
Nenhum caso do vírus natural da pólio é reportado na Europa há mais de 20 anos.
“Não é algo que possamos tomar como garantido”, defendeu Kluge.
Em toda a região, a cobertura pela terceira dose de vacinas antipolio diminuiu 1% entre 2019 e 2020. Em 2021, apenas 25 dos 53 países registaram taxas de vacinação contra a pólio em torno dos 95%.
LUSA/HN
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