Segundo o relatório, depois de vários anos com a incidência estagnada em cerca de 498 casos por 100 mil habitantes, registou-se em 2021 uma queda de 2,4% para 486 casos por 100 mil habitantes.
“As conclusões do relatório Global de Tuberculose são encorajadoras, mas precisamos definitivamente de nos esforçar mais para alcançar o objetivo de acabar completamente com a tuberculose e encontrar os casos de tuberculose desaparecidos através de uma abordagem integrada da prestação de serviços de saúde”, disse a ministra da Saúde de Timor-Leste, Odete Maria Freitas Belo.
“A pandemia proporcionou-nos várias oportunidades de capacitação e de melhoria das nossas intervenções nas bases. Juntamente com a Saúde na Família, estas aprendizagens terão um impacto positivo na tuberculose e noutras questões de saúde pública num futuro próximo”, disse.
Entre outros dados positivos, e segundo a nota, Timor-Leste “registou uma taxa de sucesso de 91% no tratamento da tuberculose com a cobertura de testes com a utilização de diagnósticos rápidos no momento do diagnóstico a melhorar para 32%”.
Em comparação, a taxa de sucesso do tratamento em 2019 era de 88% e a cobertura dos testes situou-se em 11%.
“Para combater a tuberculose, o país realizou várias intervenções, incluindo deteção precoce, tratamento precoce e introdução de melhores instalações de diagnóstico para as pessoas”, explicou Arvind Mathur, representante da OMS em Timor-Leste, que tem dado assistência ao país nos esforços de combate à doença.
A melhoria dos diagnósticos deveu-se, em parte, à introdução do GeneXpert, um teste molecular de Tuberculose.
Já na prevenção, a melhoria deveu-se a uma ampliação da profilaxia para crianças e adultos em contactos.
“Em 2021, houve um aumento de quase 15% no número de pessoas colocadas em tratamento de profilaxia em comparação com 2020”, refere a OMS, notando ter havido um incremento em campanhas de consciencialização sobre a doença “para que todos os casos sejam detetados e recebam tratamento”.
Recentemente, a OMS, em parceira com o Fundo Global, introduziu uma unidade móvel de diagnóstico, para chegar a mais membros da comunidade e assim reduzir ainda mais a incidência.
“A carrinha está equipada com raio-X digital e o teste truNat TB, um teste molecular que diagnostica tuberculose em uma hora e também testa resistência às drogas. Tem ainda uma instalação de registo médico eletrónico sincronizada com Inteligência Artificial para ler os filmes de raio-X digitais”, nota.
Em 2021, um inquérito sobre a vulnerabilidade à tuberculose em Timor-Leste mostrou que a desnutrição e o tabagismo estavam entre os principais fatores de vulnerabilidade que contribuíram para a doença.
Resultados, explica a OMS, que “refletem as conclusões do Relatório Global de Tuberculose de 2022”, em que a subnutrição e o tabagismo estavam entre os principais impulsionadores da tuberculose em Timor-Leste.
“A OMS tem vindo a apoiar o país no combate à desnutrição, bem como a restringir o uso de tabaco através de clínicas de advocacia e cessação tabágica. Estes esforços estão a ser realizados não só para a tuberculose, que é uma doença transmissível, mas também para várias doenças não transmissíveis”, disse Mathur.
Em termos globais, estima-se que 10,6 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose em 2021, um aumento de 4,5% em relação a 2020, segundo o relatório, tendo a pandemia da covid-19 dificultado o diagnóstico e o tratamento das pessoas.
LUSA/HN
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