China envia 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 a países em desenvolvimento

3 de Fevereiro 2021

A China anunciou esta quarta-feira um plano para fornecer 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus aos países em desenvolvimento, através da iniciativa COVAX.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, afirmou que a China está a responder a um pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto os países em desenvolvimento procuram suprir a escassez de vacinas.

Wang considerou que a iniciativa constitui uma “importante decisão política” da China, para garantir a distribuição equitativa de vacinas e promover a cooperação internacional nos esforços contra a pandemia.

A COVAX, programa coordenado pela OMS e pela Aliança Global para as Vacinas (GAVI), visa garantir que os países de baixo e médio rendimento tenham vacinas contra o coronavírus suficientes, já que as nações ricas absorveram a totalidade das primeiras milhões de doses produzidas.

“Esperamos que os países da comunidade internacional com capacidade entrem em ação, apoiem a COVAX por meio de ações práticas, apoiem o trabalho da Organização Mundial da Saúde, ajudem os países em desenvolvimento na obtenção de vacinas em tempo útil e contribuam para a sociedade internacional vencer a pandemia o mais cedo possível”, afirmou Wang, em conferência de imprensa.

A China já exportou grandes quantidades de vacinas desenvolvidas internamente para os países em desenvolvimento e a OMS está em processo de aprovação de vacinas chinesas para uso de emergência.

Isto é visto como uma tentativa de aumentar a reputação da China, face a preocupações sobre a sua crescente influência militar e económica além-fronteiras.

A China também quer evitar críticas sobre a forma como lidou com os estágios iniciais do surto de Covid-19, inicialmente detetado na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.

Uma equipa de especialistas da OMS está atualmente em Wuhan para recolher dados e pistas que possam servir para encontrar as origens do vírus.

O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.

Embora as vacinas chinesas sejam consideradas uma alternativa mais barata e possivelmente mais abundante, farmacêuticas internacionais também estão a fornecer vacinas através da COVAX.

A norte-americana Pfizer comprometeu-se, no mês passado, a disponibilizar até 40 milhões de doses da sua vacina este ano.

Lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Greve dos enfermeiros com adesão global de 76,8%

A greve de sexta-feira dos enfermeiros registou uma adesão global de 76,8%, um valor que demonstra o “descontentamento que existe de norte a sul do país” nesses profissionais de saúde, anunciou o sindicato que convocou a paralisação.

Fundação Champalimaud: Como os cérebros transformam sons em ações

Um novo estudo do Laboratório Renart, publicado na Current Biology, apresenta resultados que permitem a nossa compreensão sobre como as informações sensoriais e as escolhas comportamentais estão entrelaçadas dentro do córtex — a camada externa do cérebro que molda a nossa percepção consciente do mundo.

Xavier Barreto: “Não podemos andar de seis em seis meses a mudar tudo”

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defendeu que uma das principais, e mais polémicas, reformas do Serviço Nacional de Saúde deve ser mantida pelo novo Governo. No âmbito da 13ª Conferência Valor APAH, Xavier Barreto afirmou: “A reforma das ULS deve ser mantida”.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights