Escolas no Maláui retomaram aulas apesar de avanço da cólera que já fez 841 mortos

18 de Janeiro 2023

As escolas nas duas principais cidades do Maláui retomaram esta terça-feira as aulas após a pausa natalícia, com duas semanas de atraso devido a um surto de cólera no país que continua a causar novas infeções e provocou 841 mortos.

O regresso dos estudantes na capital Lilongwe foi marcado pela distribuição de ‘kits’ de higiene em muitas das escolas, além de uma campanha de sensibilização sobre as medidas de prevenção da cólera.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que forneceu água e material de higiene a várias escolas, lamentou o impacto do surto de cólera nas crianças do país africano.

“Com 6.269 crianças já afetadas e 104 vidas perdidas, a propagação desta doença evitável é uma ameaça para a saúde e sobrevivência das crianças malauianas. Mas, ao mesmo tempo, é importante proteger o seu direito à educação”, disse o representante da Unicef no país, Rudolf Shwenk, numa declaração enviada à agência Efe.

O ministro da Saúde malauiano, Khumbize Kandodo Chiponda, anunciou, em 02 de janeiro, que as escolas iriam reabrir com um atraso de “não menos de duas semanas, até nova ordem”, numa altura em que a reabertura das escolas de Lilongwe e Blantyre (sul) estava agendada para 03 de janeiro.

De acordo com Chiponda, esta decisão foi tomada para abrandar a taxa de contágio.

“A abertura de escolas nestas duas cidades constituiria uma ameaça adicional à contenção do surto, considerando que a cólera é transmitida de uma pessoa para outra através de alimentos e água contaminados e instalações sanitárias inadequadas, uma característica presente no ambiente escolar”, advertiu na altura.

Até ao momento, o surto de cólera no Maláui resultou em 25.458 infeções e 841 mortes desde março, disseram os funcionários de saúde na segunda-feira.

A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminada com o bacilo ‘vibrio cholerae’.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), continua a ser “uma ameaça global para a saúde pública e um indicador de desigualdade e de falta de desenvolvimento”.

LUSA/HN

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