AstraZeneca admite ainda ser possível ter vacina este ano

10 de Setembro 2020

O grupo farmacêutico britânico AstraZeneca adimitiu esta quinta-feira ainda ser possível ter uma vacina contra a Covid-19 este ano, apesar da suspensão dos ensaios do seu projeto desenvolvido com a Universidade de Oxford.

“Podemos ainda ter uma vacina até ao fim do ano, início do próximo ano”, disse o diretor-geral do grupo, Pascal Soriot, durante uma conferência ‘online’ organizada pelo grupo de media Tortoise.

O patrão do laboratório explicou, no entanto, que a decisão de retomar os ensaios não depende do seu grupo, mas de um comité de peritos independentes.

Nesta conferência, o dirigente francês repetiu que a pausa nos ensaios não é anormal, mas que teve mais repercussão devido ao interesse na vacina, considerada uma das mais promissoras do mundo.

A interrupção dos ensaios foi decidida após surgir uma “doença potencialmente inexplicável”, que pode ter um efeito secundário grave, num participante nos testes, no Reino Unido.

A vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a universidade britânica de Oxford é um dos projetos ocidentais mais avançados, testado em dezenas de milhares de voluntários no Reino Unido, no Brasil, na África do Sul e, desde 31 de agosto, nos Estados Unidos.

Os ensaios estão na denominada fase III dos ensaios, a última, para verificar a segurança e eficácia da vacina.

No último balanço de quarta-feira, a OMS tinha registo de 35 “vacinas candidatas”, avaliadas em ensaios clínicos no homem através do mundo.

Nove estão já na última etapa ou prestes a entrar.

A Agência Europeia do Medicameto (EMA, na sigla em inglês) estima que pode demorar, pelo menos, até ao início de 2021 “até uma vacina contra a Covid-19 estar pronta, aprovada e disponível em quantidade suficiente” para uso mundial.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.849 pessoas dos 61.541 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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