A deliberação aprovada por unanimidade no encontro que reuniu autarcas, representantes de diversas comissões de utentes e dos profissionais de saúde, surge na sequência da decisão do Ministério da Saúde de encerrar a urgência de pediatria do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, em fins de semana alternados, a partir de dia 01 de abril.
Como referiu o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra, não se conformam com a degradação progressiva da prestação de cuidados de saúde às populações dos três concelhos da área de influência do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal.
“Compreendemos que é necessário tomar medidas de gestão, mas não podemos aceitar que, passados os três meses que o ministro da Saúde disse que eram necessários para tomar essas medidas de gestão, se continue [apenas] a tomar medidas de gestão e que não haja decisões de fundo para resolver os problemas”, disse o presidente da Câmara de Setúbal.
“E os problemas estão identificados. É a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, em particular, no Centro Hospitalar de Setúbal. E o que nós verificamos é que cada vez há menos profissionais com idade e com condições para fazer urgências no Centro Hospitalar de Setúbal”, acrescentou André Martins.
Uma opinião corroborada pelo representante do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e da Federação Nacional dos Médicos, João Proença, que defendeu a necessidade de um novo regulamento de carreiras médicas, melhor grelha salarial e melhores condições de trabalho, para que o SNS volte a ser atrativo para os profissionais de saúde.
No Fórum Intermunicipal da Saúde, realizado no salão nobre dos Paços do Concelho da Câmara de Setúbal, o presidente do município garantiu que os autarcas da região vão continuar a lutar pela melhoria da prestação de cuidados de saúde às populações e que vão estar presentes na manifestação de 15 de abril, tal como as comissões de utentes e os profissionais de saúde.
“Esperamos também uma representação significativa das populações do litoral alentejano”, disse André Martins, lembrando que o Centro Hospitalar de Setúbal também presta cuidados de saúde às populações daquela região alentejana.
LUSA/HN
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