“Limito-me a constatar que as queixas, como disse, aumentaram, sobretudo, no setor privado. Mas isso, para mim, não é um motivo de satisfação, é um motivo de preocupação: sou ministro da Saúde, não sou apenas ministro do serviço público de saúde”, alegou.
No final de uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que decorreu esta tarde em Coimbra, Manuel Pizarro foi questionado pelos jornalistas sobre o aumento das queixas dos utentes, noticiado hoje pela comunicação social, tendo por base dados do Portal da Queixa.
“As pessoas são mais exigentes e acho que uma grande parte disto resulta das dificuldades dos anos da pandemia. Foram anos em que o sistema de saúde, o público e o privado foram submetidos a um grande stress e precisamos agora, deste ano de 2023, para ver se conseguimos reequilibrar a nossa capacidade de resposta às pessoas”, alegou.
Um estudo divulgado a semana passada indicou que, no primeiro trimestre de 2023, foram registadas no Portal da Queixa “1.298 reclamações relacionadas com a área da Saúde, um crescimento na ordem dos 62% em comparação com o mesmo período de 2019, ano de pré-pandemia, onde se registaram 806 queixas contra o setor da saúde”.
“Os dados analisados aos serviços prestados por hospitais públicos e privados, centros de saúde e clínicas médicas revelam que o sistema privado é o mais visado, ao ser alvo de 480 reclamações durante o primeiro trimestre, registando uma variação de crescimento de 220%, em relação ao mesmo período de 2019, onde registou apenas 150 queixas”, referiu.
Segundo aquela plataforma dirigida aos consumidores, no sistema público, “observa-se a mesma tendência”, com uma subida “na ordem dos 28,41%, com 352 reclamações em 2019 e, este ano, a recolher 452 queixas”.
LUSA/HN
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