Na última semana, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) garantiram que só estariam presentes na ronda negocial conjunta de hoje se recebessem antecipadamente a proposta governamental, o que aconteceu na madrugada de quinta-feira.
O SIM já considerou que a proposta de aumentos salariais de 1,6% “não faz sentido nenhum”, alegando que os médicos tiveram uma redução do poder de compra superior a 20% nos últimos 10 anos.
O sindicato, que convocou a greve de três dias dos médicos que decorreu esta semana, adiantou ainda que pretende apresentar uma contraproposta, criticando o Ministério da Saúde por só formalizar a sua proposta após cerca de 14 meses de negociações.
Também a FNAM, que já marcou uma nova greve para terça e quarta-feira, lamentou que apenas tivesse recebido o documento do ministério “com pouco mais de 24 horas de antecedência relativamente à reunião” de hoje em que estará presente apenas “para registar presencialmente a entrega da proposta e dar conta da sua posição”.
“Não faremos qualquer análise parcelar da proposta até que tenhamos uma apreciação global para todos os médicos”, adiantou a federação, ao avançar que apresentará “em tempo útil” uma contraproposta ao ministério.
Na quinta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, avançou que a proposta enviada aos sindicatos incide na generalização das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B e no novo regime de dedicação plena, alegando que estas são as prioridades do Governo para melhorar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.
No mesmo dia, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que está empenhado num diálogo construtivo com todos os profissionais de saúde, o qual, defendeu, deve ser feito na mesa das negociações e não na comunicação social.
O protocolo negocial assinado em 2022 entre os sindicatos e o Governo previa inicialmente que as negociações ficassem concluídas até final de junho, mas já foram realizadas mais três reuniões desde então.
LUSA/HN
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